Política Nacional

João Santana e mulher admitem caixa dois em campanha de Dilma de 2010

Eles são réus na Lava Jato e respondem por corrupção passiva e lavagem


 O ex-marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) e a mulher Mônica Moura disseram ao juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornick foi de caixa dois da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. “Foi caixa dois mesmo”, garantiu Mônica. Esta foi a primeira vez que eles prestaram depoimento a Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

As afirmações foram feitas na audiência realizada na Justiça Federal de Curitiba, relacionada à ação penal originada a partir da 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em fevereiro deste ano. João Santana e Mônica respondem pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro. Os dois estão detidos na carceragem Superintendência da Polícia Federal (PF), na capital paranaense. Eles ainda são réus em outra ação penal da Lava Jato, referente à 26ª etapa da operação.

Mônica disse que o pagamento foi referente à uma dívida de campanha do PT. “Ficou uma dívida de quase R$ 10 milhões que não foi paga e que demorou e foi protelada e eu cobrei muito essa dívida”, relatou ao juiz. “Depois de dois anos de luta, eu tive uma conversa com o Vaccari [João Vaccari Neto], que era a pessoa responsável pelos pagamentos, era o tesoureiro na época da campanha, era quem acertava comigo. Ele me mandou procurar um empresário que queria colaborar com o partido e que ia pagar essa dívida de campanha, foi assim que eu cheguei ao senhor Zwi”, afirmou Mônica.

Ela contou que encontrou com Zwi para tratar do assunto em um escritório no Rio de Janeiro. Mônica disse que não sabia da origem do dinheiro. Moro perguntou se ela nunca questionou Zwi ou Vaccai sobre a origem do valor, e Mônica disse que não. “Eles estavam me pagando pelo meu trabalho. Eu estava recebendo finalmente uma dívida, grande aliás, do trabalho que a gente [ela e João Santana] tinha feito”. Ela nega ter recebido propina e, por essa razão, discorda da acusação de corrupção passiva por qual responde.


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