Cidades

Extrativistas recebem recurso para escoamento e venda de produtos no Amapá

Empreendimentos coletivos estão sendo fomentados pela Fundação Banco do Brasil


Moradores de duas comunidades da Reserva Extrativista do Rio Cajari, no Amapá (AP), receberam veículos e equipamentos para fortalecer o comércio e o transporte dos produtos resultantes do extrativismo sustentável da Amazônia. A reserva abrange os municípios de Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Mazagão. O recurso de R$ 728 mil para os empreendimentos coletivos é da Fundação Banco do Brasil e do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo Programa Ecoforte.

Com o recurso de R$ 364 mil, os trabalhadores da Associação dos Moradores Agroextrativistas do Cajarí (Amaex), situada na Comunidade de Santo Antônio, na Foz do Rio Ajuruxi, adquiriram equipamentos de informática e barco, usado no deslocamento dos extrativistas, escoamento do pescado e dos produtos extraídos da floresta até os centros urbanos. O investimento social também possibilitou a contratação de um gestor para o projeto.

Géssica Costa, coordenadora da Amaex afirma que os 640 associados têm muitos motivos para comemorar a parceria com Fundação BB, entre eles, a venda direta ao consumidor e a melhoria na renda e na qualidade de vida das famílias. Além da farinha, as famílias da Amaex trabalham com açaí, cupuaçu, cacau, taperebá, cupuí e bacaba, todos vendidos in natura para o mercado local.

A Fundação BB também disponibilizou R$ 364 mil para os moradores da Comunidade Santa Rita, por meio da Associação de Moradores e Trabalhadores em Produtos da Cadeia da Sociobiodiversidade dos Médio e Baixo Rios Cajari e Muricá (Aciobio). O recurso foi usado na compra de um caminhão com carroceria, duas pickups modelo Strada e caixas plásticas, usados para transporte e acondicionamento dos produtos, proporcionando a venda direta ao consumidor.

Os 150 sócios da Aciobio trabalham com açaí, farinha de mandioca, cupuaçu, banana, abacaxi, óleos de copaíba e andiroba, entre outros frutos. Boa parte da produção é fornecida para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dentro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), contou Wellington Sérgio Penha, coordenador do projeto. “Nosso desafio agora é vender também para o comércio local, com os mesmos preços praticados no mercado, sem atravessadores e, para isso, buscamos outras parcerias na região”, disse.

O investimento social nos dois projetos faz parte do Edital Ecoforte Extrativismo – Fundo Amazônia, que destinou, na primeira fase, R$ 6 milhões de recursos financeiros não reembolsáveis para o apoio a projetos de estruturação de empreendimentos econômicos coletivos em Unidades de Conservação Federais de Uso Sustentável no Bioma Amazônia, visando o beneficiamento e a comercialização de produtos oriundos do uso sustentável da sociobiodiversidade.

Neste ano, o Ecoforte disponibilizou mais R$ 8 milhões para a inclusão socioprodutiva das comunidades e a preservação do bioma em seis estados: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará e Rondônia.


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