Política Nacional

Planalto busca ampliar margem de votos pró-impeachment no Senado

A sessão destinada ao julgamento final da petista está marcada para esta quinta-feira (25). A previsão é de que o julgamento se estenda por até quatro dias.


Desde que o plenário do Senado decidiu, por 59 votos a favor e 21 contra, transformar a presidente afastada Dilma Rousseff em ré no processo de impeachment e levá-la a julgamento final, o Palácio do Planalto passou a articular nos bastidores para aumentar ainda mais a margem de votos favoráveis ao afastamento definitivo na última votação. Aliados do peemedebista acreditam que, na sessão decisiva, conseguirão contabilizar entre 62 e 63 votos pró-impeachment.

A sessão destinada ao julgamento final da petista está marcada para esta quinta-feira (25). A previsão é de que o julgamento se estenda por até quatro dias.

Segundo relatos de integrantes do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, se tornou o principal articulador político do esforço para vitaminar o número de votos favoráveis ao impeachment no Senado. Desafeto de Dilma, Geddel tem atualizado Temer diariamente sobre a contagem de votos.

Pessoas próximas ao ministro dizem que, além das negociações políticas, ele tem enfatizado aos senadores que Dilma não é vítima de um golpe, como ela tem repetido desde que a Câmara deu sinal verde para a abertura do processo de impeachment.

Nas conversas com senadores, Geddel ressalta que o processo de afastamento seguiu o rito definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Constituição.

Outro argumento utilizado pelo titular da Secretaria de Governo é tentar mostrar que Temer tem dado sinais de que saberá conduzir as políticas necessárias para o país retomar o crescimento econômico.

Mesmo com a ida de Dilma ao Senado na próxima semana para apresentar sua defesa, a avaliação dos principais conselheiros políticos do presidente em exercício é de que o impeachment “está consumado” e, politicamente, “definido”. A defesa da petista confirmou que ela irá pessoalmente ao Congresso Nacional para se defender e para responder a eventuais questionamentos dos parlamentares.

Na semana passada, com o objetivo de tentar atrair os votos de senadores indecisos, a presidente afastada divulgou uma carta, intitulada Mensagem ao Senado e ao Povo Brasileiro, na qual disse acolher críticas ao governo e se comprometeu a apoiar, caso retome ao Palácio do Planalto, a realização de um plebiscito para consultar a população sobre a antecipação das eleições presidenciais.

Alvos do Planalto
Entre os alvos do Planalto para aumentar o placar pró-impeachment, estão os senadores Roberto Muniz (PP-BA), Otto Alencar (PSD-BA) e Elmano Férrer (PTB-PI). Na votação, eles se posicionaram contra a ex-presidente Dilma ser levada a julgamento final.


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