Cidades

Parte das distribuidoras de energia elétrica responde a plano de resultados da Aneel

A melhora no desempenho de metade das 16 distribuidoras que até o ano passado apresentavam os piores indicadores no serviço prestado ao consumidor superou as expectativas da Agência Nacional de Energia Elétrica, no primeiro ano de avaliação dos Planos de Resultados dessas empresas.


As oito concessionárias que surpreenderam a agência melhoraram de tal forma que hoje, se avaliadas, não estariam mais nesse ranking, afirma o diretor da Aneel, Reive Barros. 

A boa avaliação veio das estatais Celg D (GO), Eletrobras-AL, Eletrobras-PI, CEEE-D (RS) e CEB D (DF); além de Light (RJ), Coelba (BA) e Celpe (PE).  “Nossa expectativa era de que em um ano e meio, dois anos, elas melhorassem, mas tivemos uma surpresa positiva. As oito não estariam hoje mais no ranking. E não aplicamos multa”, comemora o diretor.
Três distribuidoras, no entanto, não apresentaram evolução, enquanto outras quatro pioraram a qualidade do serviço e correm o risco de perder a concessão, caso não apresentem melhora até o ano que vem. A última empresa era a Companhia Energética de Roraima, que foi retirada da lista porque terá sua área de concessão unificada com a da capital Boa Vista.  

“Essas empresas que pioraram agora, com a renovação de contrato seriam candidatas à troca de controle acionário. Temos duas no norte, uma no sul e uma no Sudeste”, revelou o diretor da Aneel, que preferiu não citar nomes. A lista original incluiu AES Eletropaulo (SP), AES-Sul (RS), Amazonas Energia (AM), Ampla (RJ),CEA (AP), Eletrobras-AL (AL) ,CEB (DF) ,CEEE-D ,Celg (GO), Celpe (PE), Eletrobras-PI (PI), Eletrobras-RO (RO), Cerr (RR), Coelba (BA), Eletrobras-AC (AC) e Light (RJ). 

O Plano de Resultados foi um estratégia adotada pela autarquia no ano passado, a partir da constatação de que o grupo de distribuidoras escolhido apresentava piora nos indicadores que mediam a qualidade do atendimento ao consumidor. Todas elas foram obrigadas a apresentar planos de planos de investimentos que somarão R$ 5 bilhões até 2017. 
A estratégia da Aneel de cobrar resultados a partir ações concretas e direcionadas para as áreas mais criticas da empresa  é uma nova forma de avaliar a qualidade do serviço de distribuição de energia elétrica. Na forma tradicional, explica Barros, a agência identifica os indicadores técnicos e comerciais e faz fiscalizações periódicas, que muitas vezes resultam na  aplicação de multas. Essa formula, no entanto, nem sempre é eficiente, nem suficiente para induzir melhorias na atuação das empresas.

“No plano buscamos identificar os indicadores mais reconhecidos pelos consumidores. E aí elegemos os indicadores DEC e FEC (que medem a duração e a frequência das interrupções no fornecimento de energia); o indicador de segurança não só da equipe própria e de terceirizados, mas também da população, porque os acidentes estavam crescendo; e tambem os indicadores comerciais  de relacionamento do cliente com a concessionária e o Iasc (Indices Aneel de Satisfação do Consumidor”, conta o diretor.

Segundo ele, os 30% das deficiências constatadas são resultantes de problemas de gestão e 70% estão relacionados a investimentos. Reive Barros garante, porém, que, ao melhorar a gestão, os bons resultados já aparecem. Foi o que aconteceu, segundo ele, com todas as empresas que melhoraram os indicadores nessa primeira avaliação.

“Temos casos de sucessos com empresas estatais e identificamos situações de insucesso em empresas privadas de centros importantes como o Sudeste. Se a empresa não reage aí, ela vai mal em tudo”, diz. “Tem empresa que eu considero insustentável”, admite Barros, embora reconheça que ainda há tempo para reversão do quadro até o término do prazo estabelecido pela agência para o grupo atual. Com o tempo, o plano de resultados da Aneel será estendido às demais distribuidoras.


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