Polícia

Setrap diz estranhar operação deflagrada pela Polícia Federal

A denúncia, comum em tempos de eleição, aponta que combustível estaria sendo desviado da usina de asfalto da Setrap para campanha eleitoral e isso estaria prejudicando o serviço das balsas.


PAULO SILVA
DA REDAÇÃO

A Secretaria de Estado de Transportes (Setrap) informou que estranhou a ação da Polícia Federal que ocorreu na manhã desta quarta-feira (28/9), cumprindo mandados de busca e apreensão no prédio do órgão e em casas de servidores, uma vez que a secretaria já vinha colaborando com as investigações, desde que a denúncia foi feita ao Ministério Público Eleitoral (MPE) no dia 16 de setembro. A investigação apura possível desvio de combustível utilizado para o funcionamento das balsas do Matapi e do município de Laranjal Jari.

A denúncia, comum em tempos de eleição, aponta que combustível estaria sendo desviado da usina de asfalto da Setrap para campanha eleitoral e isso estaria prejudicando o serviço das balsas.

Segundo o secretário Jorge Amanajás, não houve paralisação das balsas no mês de setembro por falta de combustível. Ele disse que se houvesse o desvio de R$ 30 mil em diesel, como diz a PF, o serviço teria sido interrompido.

“Cada balsa do Matapi consome, em média, 20 mil litros de diesel por mês. 30 mil reais é equivalente a aproximadamente 10 mil litros. Se houvesse o desvio, como aponta a PF, as balsas teriam paralisado pelo menos 15 dias, e isso não aconteceu”, explicou Amanajás, enfatizando que a secretaria ao receber informação sobre a denúncia, passou a colaborar com as investigações.

Amanajás declarou, ainda, que assim que tomou conhecimento da denúncia, iniciou uma sindicância interna na secretaria para apurar possíveis responsabilidades. “Nossa colaboração com o trabalho do MPE e da PF é total. Acreditamos que tudo será esclarecido no decorrer das investigações”, arrematou o secretário.

A Polícia Federal informou que deflagrou a Operação “No Fuel”, para investigar um possível esquema de desvio de combustíveis da usina asfáltica da secretaria de Transportes do Amapá. Segundo levantamentos já realizados, existe possibilidade de os combustíveis desviados estarem sendo utilizados em campanhas políticas.

Ao todo 32 policiais federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão, na cidade da Macapá. Dentre os alvos da operação estão órgãos e servidores públicos ligados a Setrap.

Os crimes investigados são: peculato, associação criminosa e corrupção eleitoral. A soma dos delitos pode alcançar o patamar de 19 anos de reclusão.


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