Reátegui pede que população seja ouvida para definir prioridades na aplicação de R$ 57 milhões na segurança pública
Deputado cita como exemplo a necessidade de construir a Delegacia da Mulher no Congós, por se tratar do bairro com maior registro de violência doméstica em Macapá.
Em entrevista concedida neste sábado à bancada do programa Togas&Becas (DiárioFM 90,9), composta pelos advogados Helder Carneiro (âncora), Wagner Gomes e Evaldy Mota, o deputado federal Marcoa Reátegui defendeu que a população seja ouvida para definir prioridades de acordo com as peculiaridades de cada bairro na aplicação de R$ 57 milhões na área de segurança pública. Os recursos foram alocados pela bancada do Amapá. O parlamentar citou como exemplo a necessidade da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM) ser construída no Congós, por ser o bairro que concentra os maiores índices de violência doméstica em Macapá.
“A bancada disponibilizou R$ 101 milhões destinados à estruturação da segurança pública e desses recursos foram disponibilizados R$ 57 milhões. Com a apresentação dos projetos pelo governo do Amapá (GEA) será feita a liberação financeira. Eu pedi desde o início maior participação popular, mas o governo viu que tem que ser através de técnicos especializados. No entanto, eu acho importantes atender às peculiares locais, as necessidades especificas e o interesse da população. Eu dou como exemplo o que foi tão falado por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que é a violência contra a mulher e sabemos que o bairro Congós tem sido campeão nas estatísticas; por isso nada melhor que a Delegacia da Mulher seja construída naquele bairro, inclusive com tratamento diferenciado. Nós homens historicamente somos machistas e tem alguns valores, algumas situações permanecem em nós, por isso a delegacia tem que ser instrumentalizada por pessoas do sexo feminino, considerando que após sofrer violência física, a mulher tem que ter atendimento piscológico e geralmente nós homens não estamos preparados para isso. Por isso eu insisto que a população seja ouvida para sermos mais efetivos na prestação de serviços”, justificou.
O deputado explicou que os recursos podem ser aplicados em todos os setores da segurança: “Esses investimentos podem ser feitos de forma bem ampla, pois é destinado à estruturação da segurança pública, isto é, podemos construir e vão ser construídas delegacias, quartéis, compra de armamentos, coletes e programas de inteligência policial, enfim tudo que for necessário para a estrutura. E cabe a nós da bancada fazer a fiscalização e juntamente com a população acompanhar a aplicação desses recursos”.
Prejulgamento
Instado a comentar sobre a recente absolvição dele pela Justiça Eleitoral de acusação de compra de votos, Reátegui reclamou do açodamento por parte de algumas pessoas ao fazerem prejulgamentos: “Venho trabalhando algum tempo e buscando sempre acreditar nas instituições. Infelizmente no Brasil há tendência de condenação prévia, considerando a pessoa culpada por ter sido acusada da prática de algum ilícito, e mesmo em caso de condenação em 1º grau já se tem a pessoa como culpada. São prejulgamentos que atos que acabam com a reputação e muitas vezes a própria vida das pessoas, como aconteceu recentemente com aquele Reitor q (em Santa Catarina), que não agüentou e praticou o suicídio”.
O parlamentar explicou como surgiu a acusação de captação ilícita de votos: “No meu caso foi de forma açodada, tanto que fui absolvido por todos os membros do daquela Corte. O meu nome foi citado pela terceira testemunha de um caso envolvendo dois deputados, mas no final do processo os seis juízes disseram claramente que não tinha absolutamente nada contra mim” e comentou sobre a absolvição judicial e administrativamente em outro processo que investigava suposta prática de crime funcional quando exercia o cargo de delegado da Polícia Federal.
– Quando foi feita uma operação pela minha instituição, a Polícia Federal, eu teria feito contra-inteligência acessando dados sigilosos. Em são Paulo eu fui responsável setor de planejamento operacional da PF de 2009 a 2012, onde a gente fez parte a parte de finalização; nas realidade ali é o pior local da Polícia Federal, ninguém quer trabalhar lá porque é onde se sabe dia e horário de todas as operações do pais. O superintendente à época me proibiu de fazer investigação e eu estava investigando desvio dinheiro SUS e desvio de medicamento no Amapá, mas ele proibiu fazer. Após isso, como eu me recusei e aconteceu a operação. Ao final a Justiça Federal constatou que eu não pratiquei ato de improbidade. Agora a própria Polícia Federal reconheceu que todas as condutas a mim imputadas foram uma armação. Na realidade eu incomodo muita gente.
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