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Crise na Fifa

Organizado por confederações, federações e   ligas de esportes, o futebol movimenta, hoje, vultosas quantias em dinheiro, envolvendo competições, contratos milionários de jogadores, patrocínios, redes de rádio e TV,  fazendo com que a Fifa se transformasse na organização mais milionária da atualidade.



 

Ruy Guarany – Jornalista
Articulista

Não restam dúvidas de que o futebol dominou o mundo e se transformou na maior paixão da humanidade. Criado na Inglaterra em maio de 1863, a sua chegada ao Brasil ocorreu em 1874, por iniciativa do inglês Charles Muller. De início, reunia apenas poucos países da Europa. A sua universalização ocorreu em 1904 com a criação da Fifa.

A primeira Copa do Mundo foi realizada no Uruguai no período de 13 a 30 de julho de 1930. Ficou estabelecido que a Copa seria realizada de quatro em quatro anos. Suspensa durante a Segunda Guerra Mundial, voltou a ser realizada e sediada pelo Brasil, em 1950, quando o Uruguai conquistou o bicampeonato.

Sempre crescendo vertiginosamente, o futebol chegou ao estágio atual como o esporte mais preferido. Além da frequência maciça de público nos estádios, o esporte é praticado em campos improvisados, praças, praias e onde houver espaço para bater uma bola. Isso acontece no Brasil e em outros países.

Organizado por confederações, federações e ligas de esportes, o futebol movimenta, hoje, vultosas quantias em dinheiro, envolvendo competições, contratos milionários de jogadores, patrocínios, redes de rádio e TV, fazendo com que a Fifa se transformasse na organização mais milionária da atualidade.

Regida por um estatuto que facilita a reeleição do presidente por várias vezes, o “carro chefe” do futebol mundial passou a ser alvo de denúncias envolvendo a prática de ilícitos que estão sendo investigados pelo FBI, dos Estados Unidos.

Fortes indícios de corrupção, com pagamento de polpudas propinas para facilitar a realização da Copa do Mundo de 2018 na Russia, e 2022, no Qatar, além de outros ilícitos, levaram à prisão, em Zurique, de alguns dirigentes do futebol, entre eles o ex presidente da CBF, José Maria Marin.

Eleito em 1998 para substituir João Havelange, Joseph Blatter foi reeleito em 2002, 2006, 2010 e, finalmente, em 2015. Ao protestar contra a interferência americana em assuntos da Fifa, as pressões aumentaram e foi obrigado a anunciar que deixaria o cargo e convocaria eleições para dezembro de 2015 ou março de 2016.

As pressões continuam e tudo leva a crer que Mr. Blatter poderá sair muito antes, já que também está sendo investigado e deverá ser convocado para depor.

Cá p’ra nós, a alternância do poder é necessária para manter o dinamismo e a clareza das gestões que envolvem o público. E a Fifa não pode ser conduzida fora desse princípsio.


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