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Confusão, indignação e transtornos marcam o primeiro dia de gr

Usuários reclamam do presidente do sindicato da categoria, que anunciou gratuidade nas passagens de ônibus durante a greve


Apesar de ter sido anunciada com antecedência, a greve dos rodoviários, deflagrada à meia-noite desta terça-feira, 16, no Amapá, pegou muita gente de surpresa. Com 60% da frota parada, segundo o sindicato dos rodoviários, muita gente teve dificuldade para chegar ao trabalho e à escola. E quem conseguiu pegar o ônibus, uma decepção: teve que pagar pela passagem, ao contrário do que afirmou no dia anterior na imprensa o presidente do sindicato dos rodoviários, Genival Cruz.

“Eu não sei com base em que ele deu essa notícia, porque muita gente humilde saiu de casa sem dinheiro para pagar passagem. Eu mesmo presenciei uma discussão que quase resultou em violência física entre cobrador e passageiro, na linha do bairro Universidade”, reclamou o vendedor de loja Carlos Andrade Campos, 28, que revelou ter ficado mais de duas horas esperando ônibus numa parada do bairro Zerão, e foi obrigado a usar transporte clandestino para chegar ao local de trabalho.

Apesar dos poucos ônibus em circulação, o sindicato das empresas nega a adesão à greve: “Que greve?” – questionou a assessoria de imprensa do Setap, afirmando que a adesão é mínima: “O sindicato já flexibilizou bastante, ofereceu vários benefícios, inclusive 9% de reajuste salarial e aumento do valor da cesta básica, o que foi aceito pelos rodoviários, mas o acordo acabou esbarrando na intenção deliberada do presidente do sindicato de deflagrar de qualquer maneira uma greve que está fadada ao fracasso”.

Segundo Genival Cruz, os empresários não ofereceram qualquer tipo de benefício real para a categoria: “Ora, eles ofereceram 9% divididos em duas vezes, a primeira a ser paga não sei quando, e a segunda quando Jesus chegar. Isso lá é benefício?”, ironizou, rebatendo, também, a declaração da assessoria de imprensa do Setap de que teria sido oferecido aumento no valor da cesta básica.

“Eles estão oferecendo uma ampliação da margem de endividamento dos rodoviários através de um cartão, que daria direito a comprar a cesta básica em um determinado supermercado, num limite de R$ 600, mas o que exceder de R$ 400 seria bancado pelo próprio trabalhador. O que nós queremos é a garantia de direitos reais, inclusive com o recebimento, em dinheiro do valor da cesta básica, porque do jeito que eles querem está claro que o objetivo é beneficiar esse determinado supermercado”, acusou.

Os rodoviários reivindicam 17% de reajuste salarial, mas os patrões afirmam que estão dispostos a pagar apenas 9%, mais a ampliação de R$ 350 para 400% o valor da cesta básica, através de cartão de crédito garantindo a aquisição dos alimentos em uma determinada rede de supermercados da Capital, com margem de crédito de até R$ 600, sendo que o valor excedente seria descontado diretamente em folha de pagamento.

Genival Cruz garante que o movimento é consistente e a adesão será ainda mais forte nas próximas horas: “A greve é por tempo indeterminado. Nós, rodoviários, somos uma categoria unidade e juntos vamos reverter essa situação humilhante e vexatória imposta pelos patrões”.

No início da tarde de hoje a assessoria do Setap que 100% da frota estava operante, e que o movimento havia fracassado.


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