PF pede autorização ao STJ para investigar Fernando Pimentel
Operação Acrônimo investiga suspeitos de lavar dinheiro para campanhas.
A Polícia Federal (PF) pediu autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar formalmente o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. A solicitação foi protocolada no tribunal sob segredo de Justiça e foi encaminhada para o ministro Hermam Benjamin, a quem caberá decidir sobre a abertura de inquérito.
O pedido é um desdobramento da Operação Acrônimo, deflagrada em outubro do ano passado e que prendeu, no fim de maio, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha do governador petista em 2014. No mesmo dia em que deu início à operação, a PF apreendeu documentos num apartamento em Brasília da primeira-dama, Carolina Oliveira Pimentel.
A operação apura suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005. Há suspeita de que os recursos desviados alimentavam campanhas eleitorais. Além de Bené, foram presos, também no fim de maio, outras três pessoas, entre elas Marcier Trombiere Moreira, servidor de carreira do Banco do Brasil que trabalhou na campanha Pimentel no ano passado.
Por meio de nota (veja a íntegra abaixo), a Subsecretaria de Comunicação Social do governo de Minas Gerais negou as acusações contra Pimentel e informou que ele ainda não recebeu notificação oficial sobre o suposto pedido encaminhando pela PF ao STJ. “O governador nega com veemência qualquer irregularidade na origem dos recursos utilizados na campanha ao Governo de Minas Gerais em 2014, assim como o seu envolvimento em qualquer atividade ilícita ou não declarada”, diz a nota.
Como governador, Pimentel só pode ser investigado com autorização do STJ. Caberá agora a Herman Benjamin pedir um parecer da Procuradoria-Geral da República, órgão de cúpula do Ministério Público, sobre a consistência dos indícios que apontam o suposto envolvimento de Pimentel. O caso deve ser analisado pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko.
No mês passado, Pimentel classificou como um “equívoco” a busca realizada pela PF no apartamento de sua mulher. “O mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica”, declarou.
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