Cenário mais pessimista para Lula pode forçar PT a lançar plano B
As reuniões estão ocorrendo entre líderes do MDB, PSDB e DEM
A equipe de defesa do ex-presidente Lula está cada vez mais pessimista sobre a possibilidade de tirá-lo da prisão. O recurso em julgamento virtual no Supremo Tribunal Federal (STF), que poderia dar liberdade a ele, já foi derrotado.
E tudo indica que o tribunal não irá rediscutir neste ano sua jurisprudência sobre prisão em segunda instância. Resultado: Lula deve ficar na prisão durante a eleição deste ano.
Com isso, o PT deve ser obrigado a lançar seu plano B antes do previsto. Apesar das declarações oficiais em contrário e da resistência de uma ala do partido, líderes petistas ligados principalmente aos governadores da legenda avaliam que, se quer ter alguma chance de estar no segundo turno da eleição presidencial, o PT precisa desde já começar a trabalhar um nome para substituir seu principal líder.
A avaliação é que o partido precisa analisar a estratégia de pelo menos lançar, neste momento, um petista como candidato a vice de Lula, para começar a divulgar seu nome desde já e oficializá-lo assim que o registro de candidatura do ex-presidente for negado. O receio é que uma demora no lançamento de um plano B dificulte o trabalho de transferência de votos de Lula para o nome que for indicado para sucedê-lo na disputa presidencial.
O debate interno ganha força principalmente depois que o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa desistiu de ser candidato, podendo fortalecer outros nomes da esquerda como Ciro Gomes (PDT) ou Marina Silva (Rede). Segundo um líder petista, o partido não pode, por causa de disputas internas, “perder terreno” para seus adversários e, “quando acordar”, pode ser um pouco tarde.
Centro tem de definir união até junho
Se no PT há divisões sobre a melhor estratégia para a eleição presidencial, o mesmo acontece nos partidos de centro. Nos últimos dias, líderes dos partidos de centro intensificaram negociações sobre candidaturas para a eleição presidencial. Um deles disse que um acordo não será fechado em maio, mas também não pode ficar para julho, porque pode ser muito tarde.
O ideal, segundo ele, é que em junho todos os partidos de centro definam pelo menos que estarão unidos na eleição presidencial. E que o candidato seria escolhido em julho, sendo lançado aquele que tiver maior potencial de chegar ao segundo turno. As reuniões estão ocorrendo entre líderes do MDB, PSDB e DEM, com a participação de partidos do antigo centrão, como Progressistas e PR.
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