Médicos paralisam por 24 horas no Amapá pedindo melhores condi
Secretário Pedro Leite (Sesa) diz que greve é ‘inoportuna’
Cumprindo a ameaça feita no último dia 18, conforme noticiado em primeira mão pelo Diário do Amapá, após deliberação da assembleia geral da categoria, ocorrida no último dia 18, os médicos da rede estadual de saúde paralisaram as atividades no Amapá na manhã desta quarta-feira, 24. Por causa do movimento, a rede estadual de saúde só está atendendo urgências e emergências, o que está ocasionando uma grande sobrecarga nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), pertencentes à rede de saúde da Prefeitura de Macapá.
Na UBS do Bairro Zerão o movimento dobrou. A dona de casa Maria Letícia Araújo, 28,sentiu a mudança: “Como se pode ver, hoje tem bem mais gente aqui que nos dias normais. Eu até pensei inicialmente em levar minha filha para o PAI (Pronto Atendimento Infantil), mas ouvi no programa LuizMeloEntrevista que o atendimento lá está uma porcaria, principalmente agora, com a greve dos médicos. Mas, apesar de tanta gente, o atendimento aqui é muito bom”, afiança. Nas demais UBS’s de Macapá a procura por atendimento também dobrou.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, os médicos que atuam no interior do Estado também aderiram ao movimento, à exceção dos profissionais contratados pelo governo federal através do programa ‘Mais Médicos’, cuja maioria que trabalha no estado é de estrangeiros, principalmente cubanos. “Mesmo assim, os atendimentos estão comprometidos, porque a maioria dos demais profissionais também aderiu ao movimento, em solidariedade às reivindicações dos médicos, que representam o pensamento de todas as categorias da área de saúde”, declarou, por telefone, um auxiliar de enfermagem lotado no Hospital de Oiapoque, que pediu para não ser identificado. A mesma situação acontece em Santana e no Vale do Jarí.
Entrevistada no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), a presidente Sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed), Hellen Melo, confirmou que, inicialmente, a greve é de 24 horas, e tem como principalmente objetivo obter do governador Waldez Góes resposta a “vários ofícios” encaminhamos ao Palácio do Setentrião com pauta de reivindicações da categoria. “Trata-se de um movimento de alerta, com prazo inicial de duração de 24 horas, tempo que ficaremos acampados em frente à Secretaria de Saúde para cobrar do Governo do Estado uma resposta convincente. Se isso não acontecer, vamos nos reunir novamente para deliberar os próximos passos a serem tomadas”, explicou.
Apesar de ter declarado anteriormente que os Médicos da saúde pública “têm razão em deflagrar greve em defesa de melhor atendimento à população, o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Pedro Leite, também ouvido no programa LuizMeloEntrevista, tachou o movimento de ‘inoportuno’: “Temos muitos problemas, sim, mas é bom lembrar que ao assumirmos a Secretaria, encontramos a rede estadual de saúde totalmente comprometida, com poucos médicos, equipamentos sem funcionar, medicamentos com estoque zero e a categoria sem qualquer diálogo com o Governo. O governador Waldez Góes decretou estado de emergência, arregaçamos a manga e iniciamos um trabalho de reconstrução, cujos efeitos positivos já estão sendo sentidos pela população, com a contratação imediata de 70 médicos, e já estamos contratando agora mais 43 especialistas, suprimos a falta de equipamentos com serviços particulares, ampliamos o número de leitos, enfim, estamos empenhados no sentido de dotar a área de saúde de condições dignas de trabalho e de atendimento à população. Esse greve é inoportuna sob todos os aspectos, principalmente diante da crise financeira que estamos enfrentando nos dias atuais por conta da política econômica do governo federal”, pontuou Leite.
Segundo Hellen Melo, o primeiro ofício foi encaminhado ao Palácio do Setentrião no dia 21 de maio, com prazo estipulado de 72 horas para resposta, o que não aconteceu: “Nesse ofício, cobramos reajuste salarial, contratação de mais profissionais, medicamentos e melhores condições de trabalho na rede pública do estado, mas infelizmente não tivemos nenhuma resposta, o que nos levou a ratificar o documento várias vezes, mas o Governo se manteve inerte. Inclusive mandamos, por último, outro ofício ao governador Waldez Góes comunicando a greve, mas de igual modo não tivemos qualquer resposta. Não nos restando outra alternativa senão a de paralisarmos as atividades para forçar o Governo do Estado a nos dar uma resposta”.
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