Após declaração polêmica, Ciro tenta conter mal estar com DEM e PP
O candidato disse que se aliaria com DEM e PP caso fechasse acordo com PCdoB e PSB
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, tenta contornar o mal-estar causado por declarações dadas por ele de que uma ampla aliança em torno de seu nome pode até incluir o DEM e o PP, partidos de centro-direita, desde que antes seja fechado acordo com o PSB e o PCdoB para garantir a “hegemonia moral e intelectual” da chapa.
O comentário de Ciro foi feito na sexta-feira, em Buenos Aires – onde ele foi recebido pela vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti -, e provocou curto-circuito político. O clima esquentou porque, com a esperada desistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de concorrer ao Palácio do Planalto, o DEM e o PP estão justamente inclinados a apoiar a candidatura de Ciro.
A cúpula dos dois partidos, porém, não escondeu a irritação com a frase do ex-ministro. Nos bastidores, a leitura foi a de que, com a ressalva feita por ele, ficou parecendo que essas siglas seriam um apêndice de segunda linha em uma eventual dobradinha.
Para conter o princípio de crise, o ex-governador do Ceará Cid Gomes – irmão de Ciro – logo telefonou para dirigentes do DEM e do PP e procurou jogar água na fervura, sob o argumento de que tudo não passou de um mal-entendido. Cid desembarcará primeiro em Brasília. Nos próximos dias, terá conversas reservadas com políticos das duas legendas. A reunião de Ciro com eles será logo depois.
“Nesse primeiro momento, minha prioridade são o PSB e o PCdoB. Se esta aliança se faz, posso avançar em partidos do centro à direita, porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada. Poderia incluir o PP e o DEM, desde que eu tenha o PSB e o PCdoB”, afirmou Ciro em Buenos Aires, na sexta-feira, quando questionado por jornalistas sobre a possibilidade de coligação com o DEM de Rodrigo Maia e o PP do senador Ciro Nogueira (PI).
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