Cidades

Crianças do Pacuí brincam pela primeira vez em jogos eletrônic

COLÔNIA DE FÉRIAS DA PREFEITURA DE MACAPÁ



 

Da comunidade de Corre Água, no distrito do Pacuí, a 100 km da sede de Macapá, veio um grupo de 33 pessoas, entre alunos, professores, diretora e monitores, para participar da III Colônia de Férias realizada pela Prefeitura de Macapá. É a segunda vez que a Escola Municipal Maria Eugênia integra a colônia, mas é a primeira dos alunos que vieram, e eles estão se divertindo, vivenciando momentos de descobertas e de prazer.

Corre Água é uma localidade pequena, com pouco mais de mil habitantes, cujas famílias vivem, em sua maioria, do que é colhido da roça. Lá, a diversão da criançada é empinar rabiola, nadar nos rios e igarapés, jogar bola, brincar de bandeirinha. Na Colônia de Férias elas estão conhecendo novos lugares, brincadeiras nunca antes brincadas, novos saberes, uma diversidade de atividades de lazer, porque toda criança tem o direito de expandir seus horizontes. No primeiro dia da colônia a animação foi geral. Depois de passarem a manhã no parque aquático da AABB, à tarde e à noite foram dedicadas a passeios ao cinema, Museu Sacaca e shopping. Em cada lugar, uma emoção diferente.

“Nossa! Muito bom, muito bom mesmo!! Parecia que a gente estava dentro do filme, os personagens vinham em nossa direção”, dizia entusiasmado Fábio das Neves, 11 anos, após assistir ao filme Minions em 3D, no Cine Imperator. Quem via a felicidade do menino nunca imaginaria o drama pelo qual ele passou para poder participar da programação de férias. Dois dias antes da colônia, Fábio teve a casa incendiada pelo padrasto. Ele, a mãe, que está grávida, e os irmãos ficaram somente com a roupa do corpo. Ele está muito abalado, mas os amigos e vizinhos se juntaram e doaram roupas e sapato para que ele viesse para o projeto.

“Essas crianças são privadas de tudo. Nossa comunidade é tranquila, mas o acesso às coisas é difícil, até comércio pequeno é raro, por isso fazemos o impossível para que nossos alunos venham participar da colônia. A experiência do primeiro ano foi maravilhosa e este não será diferente. Fábio está sofrendo com o que houve, mas aqui ele conseguiu sorrir e ter momentos verdadeiramente de criança”, disse a professora Ana Costa.

Do cinema para o Museu Sacaca. Ali, os olhos saltaram de surpresa ao ver animais empalhados; encantaram-se com as casas dos índios Palikur e com a réplica da casa das parteiras; conheceram um pouco da história de vida dos pioneiros do comércio regatão no Amapá, os comerciantes Rocha e Gonçalo; viram a variedade da riqueza que sementes e plantas da Amazônia (que já fazem parte do cotidiano de suas vidas) podem adquirir ao serem transformadas em joias, remédios, pigmentos e artefatos.

“O chá dessa planta aqui é horrível! Minha mãe me obriga a tomar quando estou com dor”, falou a pequena Sofia Costa, 5 anos, fazendo careta, ao se deparar com a foto da folha de boldo. “Olha, achei o Bailique!”, anunciou Ana Clara, animada com o mapa gigante do Amapá ao chão.


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