Disputa entre Doria e França impede votação da LDO na Assembleia de SP
Sem a votação da LDO, os deputados estaduais não podem entrar em recesso
Às vésperas da disputa que vai definir quem será o governador de São Paulo pelos próximos quatro anos, o atual comandante do Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) travam uma briga na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp).O álibi dos dois adversários é a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que encerra o semestre legislativo e direciona o orçamento de 2019 – votado sempre no final, com incorporações feitas pela própria LDO.
É desejo da gestão França criar um programa de “alistamento civil”, que terá 100 mil bolsas de R$ 500 para jovens no estado. A função deles seria cuidar da zeladoria urbana e orientar os cidadãos, como por exemplo, ajudar idosos a atravessar as ruas.
O projeto prevê um custo de R$ 500 milhões no total, mas opositores alertam que com encargos e benefícios como vale transporte, por exemplo, irá a R$ 1,5 bilhãopois o custo de cada jovem subiria para cerca de R$ 1,5 mil. Outra crítica é que o valor é superior ao de algumas secretarias, como a pasta da Justiça, que pode receber R$ 557 milhões em 2018.
O programa faz parte da ideia de França de aumentar o ensino profissionalizante para jovens e ampliar as possibilidades de entrada de renda dos paulistas que ainda não completaram 18 anos. “Na LDO, o Márcio França apresentou um projeto que praticamente quebra o Estado. Será R$ 1,5 bilhão, sem discutir qualquer formato. Essa é uma bandeira eleitoral e ele jogou a discussão para a casa”, disse o líder do PSDB, Marco Vinholi.
Porta-voz do governo, Carlos Cezar (PSB), negou que o objetivo de França seja eleitoral e acusou os tucanos de agirem em conjunto com Doria. Segundo o deputado, outro projeto, que acaba com o Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo (Ipesp) e é da autoria do ex-governador Geraldo Alckmin, é mais uma peça de entrave na discussão.
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