Centrão trabalha por plano de governo e vice
Com apoio à campanha de Alckmin (PSDB), grupo precisa costurar os termos da gestão
Formalizado nesta quinta-feira (26), o apoio do Centrão à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), o grupo agora se prepara para iniciar a discussão em torno do nome que ocupará o posto de vice na chapa e, após isso, como seguir unido em um plano de governo, mesmo com interesses difusos.Composto por um grupo de cinco siglas (DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB), a liga teve papel vital na manutenção do presidente Michel Temer (MDB) no cargo. Além de agregar muito tempo de TV e uma robusta bancada de 164 deputados, é comum entre eles a disputa por mais espaço nos governos federais.
Nesse sentido, é vital uma união pelo plano de governo que Alckmin irá verbalizar ao eleitor a partir do próximo mês. Com acordos definidos, a leitura geral é de que o tucano, caso eleito, execute um programa afinado aos interesses de cada um dos partidos da sua coligação.
Assegurado o gerenciamento de um possível governo, o grupo garantiria a governabilidade do próximo presidente.
“É uma coalizão que envolve vários atores e que vão trabalhar pela candidatura do Geraldo Alckmin. Sendo assim, vamos construir um programa de governo com a liderança do próprio Alckmin”, disse o ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE). Seu nome é levantado como possível vice, lembrança que ele rejeita sob o argumento de tentar se eleger ao Senado.
Para o cientista político do Mackenzie, Roberto Gondo, a aliança é menos arriscada do que parece. Com uma forte estrutura agregada à campanha, além da maioria que será obtida no Parlamento, caso eleito, o tucano terá de administrar as demandas do grupo, muitas delas ligadas a ministérios. Nenhuma das siglas, relembra, é movida por ideologia.
“Não vejo algo tão atípico além de um conceito de alianças. Tirando o Solidariedade que carrega uma bandeira trabalhista e não pode se queimar diante de seus filiados, nenhum deles é ideológico.
A reforma da Previdência é algo que terá de ser vista pelo Geraldo. No mais, estamos falando em mais de duas décadas onde esses partidos estiveram ajudando e dando governabilidade a quem estava no comando do poder”, avaliou. A busca por um vice A única certeza do “blocão” é a de que o DEM, se quiser indicar um vice, deve abrir mão da indicação pela presidência da Câmara. O acordo pela recondução de Rodrigo Maia ao cargo foi definido anteriormente.Josué Gomes, presidente da Coteminas e filho do falecido ex-presidente José Alencar, era o nome do PR para a vice de Alckmin, mas alegou questões pessoais e se negou a entrar na disputa com o tucano. Ainda assim anunciou que dará seu apoio ao ex-governador. Sem uma definição para o posto, o Centrão buscará um nome nos próximos dias. O responsável pela articulação será o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
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