Cidades

Cunha impõe sigilo de cinco anos a contrato da Kroll com a CPI

Resultado de investigações da consultoria britânica também será sigiloso



 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que classificou como “reservados” o contrato e os documentos das investigações da empresa britânica Kroll. Com a classificação, os arquivos devem ser mantidos sob sigilo pelo prazo de cinco anos, até 2020, conforme prevê a Lei de Acesso à Informação.

A Kroll foi contratada pela CPI da Petrobras para identificar e apurar movimentações financeiras no exterior de pessoas investigadas pela Operação Lava Jato.

“Eu assinei a colocação de sigiloso porque ali tem informações sigilosas e, inclusive, sigilos bancários e fiscais. E não pode aquilo virar um palco. Aquilo é a CPI que vai usar da forma que ela entender. Agora, se divulgasse estaria quebrando sigilos bancários e fiscais de forma ilegal”, disse.

A Kroll foi contratada pela Câmara por um valor inicial R$ 1,18 milhão. Novas etapas de investigação terão custos adicionais. No mês passado, representantes da empresa apresentaram a integrantes da CPI da Petrobras um relatório preliminar da primeira fase de investigação que identificou 59 contas bancárias, 33 empresas e seis imóveis em nome de 12 suspeitos.

Segundo Eduardo Cunha, a classificação de documento “reservado” é necessária para evitar vazamentos por parte de parlamentares que integram a comissão. “Precisava [dessa classificação] porque seriamos obrigados a ceder a qualquer pedido, já que não estava com a classificação. Agora, os membros da CPI têm acesso às informações sigilosas. O que não se pode permitir é que eles divulguem. Então, cada um tem que assumir a sua responsabilidade.”

Entre os alvos da consultoria, estão ex-diretores da Petrobras, executivos de empreiteiras e operadores do esquema de corrupção que agia na estatal do petróleo.

Os nomes dos investigados não foram informados aos deputados que compõem a CPI, que receberam apenas informações genéricas.

Somente o presidente da comissão e o deputado André Moura (PSC-SE), um dos sub-relatores do colegiado, sabem a identidade dos suspeitos investigados.


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