Bandeira vermelha deve permanecer até novembro, diz ONS
Segundo Barata, o período seco, caracterizado de maio a novembro, foi antecipado nesse ano. Já em fevereiro as chuvas sumiram e ao entrar em maio se confirmou esse cenário de pouca chuva no Brasil, principalmente nas regiões de interesse das hidrelétricas.
A bandeira tarifária vermelha patamar 2 deve permanecer acionada até novembro, disse Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Na prática, isso significa que há um sobrecusto na tarifa de R$ 5,00 para cada 100 quilowatts hora consumidos. A bandeira vermelha está acionada desde junho, em função do cenário hidrológico desfavorável do país.
Segundo Barata, o período seco, caracterizado de maio a novembro, foi antecipado nesse ano. Já em fevereiro as chuvas sumiram e ao entrar em maio se confirmou esse cenário de pouca chuva no Brasil, principalmente nas regiões de interesse das hidrelétricas.
“Vamos ter um 2018 com atenção. Mas temos tranquilizado o governo de que não corremos risco de desabastecimento de energia. Sabemos que vai ter um custo alto para a operação do sistema e que isso vai refletir na bandeira”, declarou o executivo para a plateia do Brazil Wind Power, evento internacional de energia eólica que está sendo realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 8 de agosto. “Hoje estamos com bandeira 2 e nossa expectativa é que até novembro isso deva se manter”, completou.
Barata explicou que dependendo das chuvas na região Sul, o nível dos reservatórios do Sudeste pode chegar em novembro entre 20% e 15%, volume bem inferior a expectativa inicial de 40%.
O cenário é um pouco melhor no Nordeste devido à gestão diferenciada que está sendo feita na bacia do rio São Francisco. A expectativa é chegar ao final do ano com 30% de armazenamento, volume bem superior aos 5,5% de 2017. “Não é que tivemos chuvas no Nordeste, foi devido à nossa estratégia de manter água na cascata do rio São Francisco”, disse.
POLÊMICA DAS TÉRMICAS
Barata não se furtou de falar sobre a polêmica entorno da substituição de térmicas no Nordeste e que ganhou força nas últimas semanas. Ele confirmou que há um debate no âmbito do Governo sobre como substituir um conjunto de 3 GW de térmicas a óleo cujos contratos se encerram a partir de 2023. Segundo ele, essas térmicas tornam a operação menos complexa e aumentam a segurança do subsistema Nordeste, porém essas térmicas não foram desenhadas para operar constantemente e elevam o custo da operação.
Barata reforçou que é favorável a exploração de todas as fontes e que se dependesse do operador contrataria mais 10 GW de térmicas e hidrelétricas em cada subsistema, mas disse que tem consciência de que isso traria um impacto elevado na tarifa de energia. Para ele, é fundamental que haja uma interação entre os órgãos para que o planejamento forneça os instrumentos adequados para a operação dos sistemas.
O grande desafio dos próximos anos é identificar um mix ótimo para a matriz, o que não significa contratar a fonte mais barata. “Temos que levar em conta a contribuição de cada fonte, a necessidade de cada região e o custo da transmissão”, disse o executivo. (Com informações do CanalEnergia)
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