Para o economista Jurandil Juarez, o governo federal é o maior culpado pela crise interna: “O governo é o principal responsável pelo atual estado de coisas, porque estimulou consumo sem renda, adotou uma política econômica desastrosa e irresponsável que acabou deixando a população empobrecida, provocou a queda da produção, perdeu espaços no mercado exterior, obtendo como resultado um cenário desolador com os juros subindo, salários em queda no que diz respeito ao poder de compra dos trabalhadores, enfim, causando grande inquietação em todas as classes sociais e produtivas do País. E o que é pior: o mercado não responde às tentativas de se contornar a crise porque a credibilidade do governo está em baixa. O meu receio é que esse poço não tenha fundo, com séria tendência de ficar até pior, apontando para a certeza de que a recuperação da economia não vai acontecer em curto prazo”.
Ao se referir à decisão do governo de reter o PIS/Pasep dos trabalhadores, Jurandil Juarez reclamou do forte impacto das medidas econômicas no poder de compra da população: “Se por um lado o governo vai economizar, digamos, assim, cerca de R$ 9 bilhões, por outro lado vai deixar de circular no mercado R$ 9 bilhões, significando dizer que o povo brasileiro ficará sem R$ 9 bilhões para fazer frente às suas necessidades, porque os aniversariantes entre janeiro e junho só vão receber o PIS/Pasep no ano seguinte. Além dos prejuízos impostos aos trabalhadores, esse governo se habitou com pedalada fiscal, chutando as coisas pra frente como se a responsabilidade não fosse dele”.
Segundo Jurandil Juarez, o governo impõe medidas duras para a população com a justificativa de enfrentamento da crise econômica e financeira sem fazer a sua parte: “Diminuir despesas sem afetar o poder de compra dos trabalhadores, sem prejudicar o comércio, cortando o excesso de gastos com futilidades, isso sim, impactaria positivamente na economia brasileira, fortaleceria o mercado, mas não, infelizmente está sendo feito tudo de forma errada, porque você pedir à população para participar do esforço de recuperação da economia, mas não impor a si próprio os sacrifícios necessários é remar contra a maré”.
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