Política

Waldez define com BNDES novos investimentos em obras no Amapá

Desde maio do ano passado o BNDES não liberava nenhuma parcela do empréstimo ao Amapá


O governo do Amapá já tem em caixa R$ 125 milhões para investimento no Programa de Obras do Estado. A liberação dos créditos foi feita logo após reunião de trabalho entre o governador Waldez Góes e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, na última terça-feira (21) na sede do Banco, no Rio de Janeiro.

Os recursos são referentes a mais uma parcela do empréstimo que o Amapá contratou junto ao Banco para investimentos no Programa de Desenvolvimento Regional Integrado (PDRI). Os recursos totais da operação devem chegar a R$ 980 milhões.

O anúncio foi feito pelo governador Waldez de quarta-feira (22), com as empresas de construção civil responsáveis pelas obras no Estado. Desde maio do ano passado o BNDES não liberava nenhuma parcela do empréstimo ao Amapá que estava inscrito no que a classe política chama de “Serasa dos Estados”.

A liberação da parcela é resultado de um trabalho de quase seis meses da equipe de governo para recuperar a adimplência do Estado, permitindo assim os créditos e a retomada das obras.

O recurso deveria ter sido liberado na sexta-feira passada (17) mas um documento contendo 15 questionamentos sobre o empréstimo junto ao BNDES, interposto pelos senadores Davi Alcolumbre (DEM), João Capiberibe (PSB) e Randolfe Rodrigues (PSOL) da bancada parlamentar do Amapá no Congresso, acabou retendo o dinheiro. Os créditos só foram liberados com a intervenção direta de Waldez.

“Não é nosso papel entrar em embates políticos. Quem fala pelo Estado do Amapá é o governador Waldez Góes que tem a legitimidade. Não identificamos nada que obstasse a liberação dos recursos”, disse Luciano Coutinho

De acordo com o chefe de Executivo, o aporte dos recursos vai permitir ao Estado a quitação das dívidas com empresas que já detém contratos de construção de obras e o reenquadramento daquelas que foram lançadas de forma indevida no PDRI pela gestão do ex-governador Camilo Capiberibe. “Vamos trabalhar em três frentes. Uma para dar continuidade às obras já aprovadas, uma para organizar e analisar as que precisam de aprovação e outra para reenquadrar as obras que foram lançadas sem a aprovação do BNDES”, explicou a um grupo de 100 empreiteiros reunidos no Palácio do Setentrião.

O secretário de Estado do Planejamento, Antonio Teles Junior, destaca que a retomada dos créditos do empréstimo foi resultado de um trabalho conjunto da equipe de governo no primeiro semestre do ano para recuperar a adimplência do Estado, com prestação de contas, pagamentos de dívidas e credenciamento.

“Nos últimos anos, muitas empresas participavam de licitações que tinham o nome do BNDES e seus projetos sequer foram encaminhados para análise do banco, isso resultou na inadimplência do Estado junto à instituição financeira, mas conseguimos esse destrave devolvendo recursos e pagando as obras realmente aprovadas pelo convênio”, enfatizou.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Amapá, Glauco Cei, reiterou que o diálogo aberto entre o governo e os empresários foi fundamental para manter uma relação de confiança e segurança. “O setor da indústria de engenharia civil abomina qualquer ação que prejudique o desenvolvimento do Amapá, da forma que foi vista nos últimos anos”, advertiu.

Uma nova reunião será marcada na próxima semana para definir as estratégias junto às empresas e os órgãos de governo responsáveis por cada setor.


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