Dodge pede suspensão de inquérito contra Temer até fim do mandato
Investigação da Polícia Federal atribuiu a Michel Temer os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
O inquérito que investiga o presidente Michel Temer por suposto repasse da Odebrecht nas eleições de 2014 pode ser suspenso. O pedido partiu da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nesta terça-feira (25). Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal, ela justificou que a postergação se deve ao fato de o presidente ter imunidade temporária à persecução penal.
Nesta investigação, a Polícia Federal entregou relatório ao Supremo em que atribui ao presidente e aos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A procuradora foi responsável pelo pedido de inclusão de Temer no inquérito. Ela ressalta, no entanto, que, à época do pedido, sustentou “na linha de precedentes do Supremo Tribunal Federal, que a Constituição permite a investigação de atos do presidente da República anteriores ao exercício do mandato e estranhos ao exercício de suas funções, mas não permite que ele seja responsabilizado enquanto durar seu mandato”.
“A Constituição veda, portanto, a possibilidade de responsabilizar o presidente da República e de promover ação penal por atos anteriores ao mandato e estranho ao exercício de suas funções, enquanto este durar”, afirmou.
Em relação aos ministros, no entanto, Raquel pediu que o inquérito seja enviado à primeira instância. Para a procuradora-geral, “a participação de Eliseu Padilha e Wellington Moreira Franco nos fatos ilícitos teria ocorrido em 2014”. “No entanto, os investigados desvincularam-se de seus cargos públicos anteriores no ano de 2015 e apenas vieram a retornar ao cargo de Ministros de Estado no ano de 2016, ainda assim em pastas diferentes daquelas relativas aos fatos investigados”.
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