Política

AL cria Conselho Consultivo formado por ex deputado

De acordo com o presidente da AL, conselheiros vão auxiliar na formulação de propostas e fortalecer os debates


O presidente da Assembleia Legislativa (AL), deputado Moisés Sousa (PSC), anunciou na manhã desta sexta-feira, 24, que o parlamento vai instalar um Conselho Consultivo formado por ex- parlamentares, que auxiliará na formulação e nos debates das proposições do Legislativo. Ele cita que nos primórdios da Revolução Francesa, o Conselho dos Anciãos teve destacada atuação na aprovação de uma nova constituição, tornando-se o precursor dos sistemas republicanos que adotam uma segunda casa legislativa, como é hoje o Senado Federal.

Especialistas lembram que já no Antigo Testamento existem referências aos chamados anciãos e sua contribuição para a resolução de conflitos ou das primeiras organizações de sociedade. “No Deuteronômio e nos livros históricos mais antigos, a função dos anciãos era a judiciária. Essa hipótese é provável pelo fato de que o governo local e tribal ia se enfraquecendo, à medida que aumentava o absolutismo da monarquia”, ressalta o consultor geral da AL, Paulo Melém.

Melém, que é advogado e economista, também cita outros núcleos familiares e povos antigos, assim como países orientais, adotam e reverenciam a experiência dos mais antigos, o que também é observado em etnias indígenas mais recentes, até mesmo em terras amazônicas: “No judaísmo palestinense, já havia um conselho de anciãos na primeira metade do século I antes de Cristo”.

O consultor geral da AL revela que, enquanto a estrutura do Conselho não está definida, alguns desses ex parlamentares amapaenses já vem prestando um importante papel na Casa, atuando em diversas frentes, seja em funções técnicas, de secretários como Keka Cantuária, na Comissão de Orçamento e Finanças, seja na Secretaria de Planejamento, onde também já passou o ex deputado federal Jurandil Juarez; ou ainda Jorge Salomão, na Secretaria de Relações Institucionais, como outros ex deputados que atuam na Assembleia Legislativa como consultores ou assessores.

Há quem se lembre do caso de José Sarney, que foi sondado sobre um projeto de tornar os ex- presidentes do Brasil em senadores vitalícios, como conselheiros, o que beneficiaria o próprio Sarney, Itamar Franco, Fernando Collor e Lula. Sarney foi contra, à época, por entender que os ex-presidentes podem, como já o fazem, continuar auxiliando o país mesmo sem uma função determinada.

“Ainda assim, essa iniciativa inspirou outras proposições como essa que adotamos no parlamento estadual, que faz justiça à grande contribuição que esses parlamentares deram ao Estado, alguns deles até como constituintes”, conclui Paulo Melém.


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