Cidades

Adversário de Janot na Procuradoria critica ações ‘midiáticas’ do MP

 Adversário do procurador-geral da República na disputa pela chefia do Ministério Público, o subprocurador-geral Carlos Frederico afirmou, em debate promovido por associações, que os procuradores não devem agir de forma “midiática” e só devem “atirar” em políticos quando tiverem “bala de grosso calibre”. Em uma crítica indireta a Janot, ele defendeu que é preciso evitar “desgaste entre os poderes da República”.


Carlos Frederico participou de debate entre os candidatos a procurador-geral da República promovido pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), pela Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT) e pela Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM).

“[É preciso evitar] desgaste entre os poderes da República. Isso não quer dizer deixar de fazer o seu trabalho. Mas não de forma midiática. Denuncie, faça rápido, agilize, densifique o calibre da sua bala. Quando atirar, atire para derrubar. Isso minimiza a questão das relações institucionais”, afirmou Carlos Frederico.

Nos últimos meses, Janot tem sido alvo de duras críticas de senadores e deputados investigados na Operação Lava Jato, sobretudo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Acusado pelo ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo de ter pedido propina de US$ 5 milhões, o peemedebista acusa o procurador-geral de atuar em conjunto com o Executivo para incriminá-lo nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Ao lado de Janot no debate promovido por associações do Ministério Público, Carlos Frederico disse que vai atuar para reduzir desgaste entre os poderes. “Vou agir abrindo as portas, vendo a melhor maneira possível de minimizar o desgaste institucional, indo ao Congresso Nacional e só atirar quando tiver bala de grosso calibre.”

Em diversos momentos do debate o subprocurador Carlos Frederico Santos alfinetou Janot pelos atritos com o Legislativo.

“A Procuradoria tem que ter acesso ao Congresso Nacional. Precisa se relacionar diretamente com os parlamentares, não pode ter intermediário. É importante que tenhamos essa relação com os ministros de Estado, principalmente de Planejamento. Para solucionarmos esse problema só o diálogo.


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