Cidades

População de Macapá fica sem água durante o dia nesta quinta-feira

Abastecimento será interrompido pela Caesa para fazer limpeza em reservatório


A grande maioria da população de Macapá ficará sem água durante 13 horas nesta quinta-feira, 30. De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), a interrupção do fornecimento ocorrerá das 6h às 19h, e atingirá, diretamente, os bairros que são abastecidos pela Estação de Tratamento Central de Água que fica localizada no bairro do Trem, em Macapá.

De acordo com a diretora-presidente da Caesa, Patrícia Brito, a interrupção é necessária para que sejam feitos serviços de limpeza geral nos reservatórios enterrados localizados na Estação de Tratamento. Ela explica que a limpeza “é vital” para melhorar a qualidade da água distribuída no município.

Os bairros localizados no Centro, Zona Norte e Zona Sul terão o fornecimento totalmente suspenso. “Apenas alguns bairros que possuem sistemas isolados de abastecimento de água não serão afetados por esta interrupção, como Congós, Cabralzinho, Perpétuo Socorro e distrito de Fazendinha”, alertou Patrícia.

Ouvidos no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quarta-feira,29, a diretora-presidente e o diretor operacional da Caesa, Leandro da Silva Passos, justificaram a suspensão fornecimento: “A limpeza dos reservatórios tem que ser feita anualmente, mas desde 2009, por razões que desconhecemos,o serviço não é feito. É uma questão de saúde pública, por isso envolvemos todas as diretorias na elaboração do planejamento da ação, com o objetivo de garantir uma água de boa qualidade à população”, pontuou a presidente. Leandro Passos ressaltou a complexidade dos serviços: “Para que se tenha idéia das dificuldades que teremos pela frente, desde 2009 não é feita qualquer limpeza nos reservatórios. Vai ser uma tarefa árdua, de uma complexidade muito grande. A qualidade da água está diretamente ligada aos reservatórios e redes, por isso é necessário nos preocuparmos com a limpeza”.

Antes de decidir pela limpeza total dos reservatórios, a equipe técnica da Caesa fez um diagnóstico aprofundado e tomou providências operacionais na tentativa de descobrir a razão de a água chegar ao consumo de cor amarelada (turva): “Recebemos muita reclamação quanto à qualidade da água. Fizemos vários diagnósticos, inclusive em laboratório, para descobrir o motivo de a água sair límpida dos reservatórios e chegar turva em muitos domicílios. Substituímos significativa parte das redes de distribuição, mas o problema persiste,e chegamos à conclusão que o problema está na falta de limpeza dos reservatórios, por isso optamos por realizar imediatamente esses serviços”.

Segundo Patrícia Brito, os reservatórios são grandes e concentram, cada um, 1.500 mil metros cúbicos de água: “Para a execução dos serviços, mobilizamos todo o efetivo da empresa, inclusive prestadores de serviços. Teremos muito trabalho pela frente, considerando o tamanho dos reservatórios, pois cada um possui o total de quatro células, que representam seis mil metros cúbicos de água no total. Para não deixar a população sem água durante mais tempo, dividimos os serviços em duas etapas; a primeira ocorrerá nesta quinta-feira, na Estação 01, localizada no bairro do Trem, chamada de ‘estação velha’, e a segunda, na Estação 02, que atende a Zona Norte da capital, será realizada posteriormente, cuja ação já está sendo programada”.

Atualização cadastral
Patrícia Brito anunciou, no programa, que a empresa já está elaborando o processo de atualização cadastral dos consumidores de Macapá: “Já conseguimos do governador Waldez Góes a garantia da liberação dos recursos financeiros para fazermos a atualização cadastral dos domicílios em todo o Município de Macapá, com o objetivo de reduzir as ligações clandestinas e, consequentemente, as perdas que a Caesa vem acumulando nos últimos anos”.

A presidente fez as contas dos prejuízos: “Se conseguirmos cadastrar todos os usuários que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contabilizou, o número de consumidores, em percentuais sobre o número de domicílios subirá de 34,4% para 48,6%, o que representa praticamente a metade dos domicílios, representando mais ou menos R$ 2 milhões em faturamento por mês, com uma redução de 71% para 52% em perdas de água, deixando a empresa numa situação mais confortável, inclusive nos tirando da incômoda posição do ranking nacional como o estado brasileiro com maior índice de perda de água”.


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