Médicos denunciam ‘estado terminal’ da saúde no Amapá
Seis crianças morrem em menos de uma semana no PAI
A presidente do Sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed), Helen Rosane Amoras Melo, denunciou na noite desta quarta-feira, 05, no programa Café com Notícia (DiárioFM 90.9), apresentado pelo jornalista e radialista Elden Carlos que a área de saúde do Amapá mergulhou definitivamente no caos. Segundo ela, em menos de uma semana seis crianças morreram no Pronto Atendimento Infantil (PAI) por falta de leitos na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e pela própria deficiência do sistema, por falta de equipamentos, medicamentos e por causa da carência de profissionais nos corpos médico e de enfermagem.
De acordo com a presidente, que estava acompanhada do vice-presidente do sindicato, Eduardo Monteiro, a situação é tão grave que está faltando até mesmo medicamentos básicos nos hospitais e unidades de básicas de saúde (UBS) do Estado: “Encaminhamos carta ao secretário Pedro Leite (Sesa) pedindo providências urgentes e emergenciais, inclusive sugerindo medidas para resolver os problemas, que são muitos, e vamos aguardar o posicionamento do secretário, porque do jeito que está não pode ficar. Estamos reféns da omissão e da falta de ações, infelizmente esta é a dura realidade. O governo tem que reagir, porque são vidas que estão em jogo”.
A presidente do Sindmed afirma que a situação é do conhecimento do governo do Estado: “Na carta enviada ao Secretário de Saúde, nós fizemos um relato crítico detalhado da real situação: “Faltam medicamentos básicos, como dobutomina, trombolítico, antibióticos em geral, faltam luvas, máscaras, gaze, equipamentos para procedimentos cirúrgicos, exames de imagens estão paralisados, faltam respiradores, faltam leitos nas UTI’s e enfermarias, está jorrando lama e fezes nas tubulações do Hospital de Emérgências (HE), que inclusive está sem água a 11 dias; não há sala de estabilização no HE para pacientes graves, e os pacientes que entram em parada cardiorrespiratória são reanimados, na maioria das vezes, no chão; há deficiência de médicos e enfermeiros, o que causa sobrecarga aos profissionais. Como resultado, em menos de uma semana seis crianças morreram no PAI. É preciso que haja mais responsabilidade por parte do governo, com a criação de políticas públicas para garantir à população uma saúde de qualidade e mais humanizada”, ressaltou Helen.
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