Zaide Soledade deixa legado para a educação e cultura do estado
Dentro e fora das salas de aula, ela escreveu importante capítulo da história do Amapá.
Durante oito décadas Zaide Soledade contribuiu com o Amapá, terra que adotou como Pátria. A professora, sindicalista, atriz e ativista cultural cumpriu sua missão com muito trabalho e dedicação.
Zaide Soledade nasceu em Óbidos (PA), no dia 31 de julho de 1934. Chegou ao Amapá aos 16 anos, onde trabalhou em uma das primeiras lojas de Macapá, Casa Leão do Norte, dos irmãos Zagury, o maior estabelecimento comercial da época na cidade.
Em 1958, ingressou na área da educação, no governo do território federal do Amapá, e se tornou uma das educadoras mais importantes. A primeira missão dada a Zaide foi no município de Tartarugalzinho, momento em que se apaixonou pela educação. A escola em que lecionava era de madeira, coberta com cavaco e Zaide dormia em uma casinha humilde onde se guiava pela luz de uma lamparina. E foi assim que iniciou a trajetória em que contribui diretamente com a educação de milhares de amapaenses.
A história de Zaide foi marcada por grandes acontecimentos. Não demorou muito para o excelente trabalho ser reconhecido e logo ela integrou o quadro do governo federal, a convite do então governador Pauxi Nunes. E foi este o momento da reviravolta na sua vida. Ela, que tinha apenas o ginásio, teve a oportunidade de investir da sua formação. Estudou artes dramáticas, educação física, letras e artes, o O que lhe possibilitou lecionar em várias escolas da capital.
Fora das salas de aula, Zaide exerceu papel importante no Amapá. Foi diretora da Escola de Artes Cândido Portinari, do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Macapá, integrante do Coral Oscar Santos, conselheira do Conselho Municipal de Educação de Macapá, diretora do Cine Teatro (local que recebeu de Zaide o nome ‘Teatro das Bacabeiras’), conselheira do Conselho Estadual de Cultura por duas vezes, membro da diretoria da Confraria Tucuju, presidente da antiga Associação dos Professores do Amapá (APA). Integrou, ainda, o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (Sinsepeap) e o Centro Folclórico Amapaense.
A participação ativa nos feitos do Estado não parou por aí. Zaide incentivou a criação da Guarda Municipal e foi atriz da primeira novela produzida no Amapá, Mãe do Rio, onde fez o papel de benzedeira, além de figurações em comerciais, que encantaram e emocionaram a todos com a sua capacidade de surpreender.
Aos 81 anos, Zaide, que estava internada havia 21 dias, morreu com complicações renais, na última quarta-feira, 5. O velório está sendo realizado da Câmara Municipal de Macapá e o sepultamento é no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no centro da capital, nesta sexta-feira, 7, às 9h. A professora deixa dois filhos e um neto.
Ela deixa também legado rico de aprendizado e contribuição para o Amapá e para os amapaenses. Que a nossa eterna professora siga seu caminho, que começou a ser iluminado aqui entre nós, e que descanse com a tranquilidade do dever cumprido!
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