Gilmar Mendes vê ‘mesma raiz’ em mensalão e desvios da Petrobras
Para ministro, corrupção virou sistema de governo e forma de administrar
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou observar uma “mesma raiz” no esquema do mensalão e nos desvios da Petrobras recém-descobertos com a Operação Lava Jato. Para ele, os dois casos mostram a corrupção como “sistema de governo” e “forma de organizar a administração”.
O ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi preso em casa, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
“A mim me parece que há uma mesma raiz para tanto o fenômeno do mensalão quanto este do chamado petrolão, e agora eletrolão, e quantos aõs venham ainda. Me parece que há uma mesma matriz, é uma forma de governar, é um modelo de governança. E isso que é problemático nessa história toda”, afirmou o ministro. “A corrupção como sistema de governo, como forma de organizar a administração, realmente é algo impensável”, completou depois.
Segundo os investigadores do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, empresas contratadas pela Petrobras pagaram propinas à JD Consultoria, firma de consultoria de Dirceu e seu irmão. A defesa do ex-ministro sustenta que os repasses serviram para pagar serviços efetivamente prestados por Dirceu na abertura de mercados para empreiteiras, por exemplo. Ao explicar os motivos que levaram à prisão de Dirceu, um dos procuradores do caso, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou que o ex-ministro “repetiu o esquema do mensalão” ao participar da instituição do esquema de corrupção da Petrobras, quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
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