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Pobreza aumenta entre 2016 e 2017 no Amapá, revela Síntese de Indicadores Sociais

Em números absolutos, esse contingente variou de 330 mil para 363 mil pessoas, no período


A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) analisou o tema pobreza utilizando diferentes medidas que mostram o aumento da pobreza entre 2016 e 2017. Segundo a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimento de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Amapá era de 42,5% da população em 2016 e subiu para 45,9%, em 2017. Em números absolutos, esse contingente variou de 330 mil para 363 mil pessoas, no período. Essa era a quarta mais alta proporção de pessoas na pobreza da Região Norte. Amazonas (47,9%), Acre (47,7%) e Pará (46%) eram as três mais altas. Apenas Rondônia (26,1%) apresentou proporção inferior &ag rave; média nacional (26,5%). O Maranhão apresentou a maior proporção de pobreza (54,1%) e Santa Catarina, a menor (8,5%).

Já o contingente de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha proposta pelo Banco Mundial, representava 9,3% da população do Amapá em 2016, contra 9,6% em 2017. Em números absolutos, esse contingente aumentou de 72 mil em 2016 para 76 mil pessoas em 2017. Nacionalmente, o número de pessoas na extrema pobreza correspondia a 7,4% da população.

Em 2017, o rendimento médio mensal domiciliar per capita no Amapá foi de R$ 1.132. As menores médias foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase metade da população (respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo. O Amapá ficou em terceiro na Região Norte. Roraima (R$ 1.204) e Amazonas (R$ 1.192) foram os dois primeiros. Por outro lado, Macapá ficou em penúltimo lugar entre as capitais da região com renda de R$ 1.301, à frente de Rio Branco (R$ 1.226). Já Palmas (R$ 1.616) e Manaus (R$ 1.614) foram as duas capitais com as mais altas rendas do Norte. Estas sã ;o algumas informações da Síntese de Indicadores Sociais 2018, que analisou o mercado de trabalho, aspectos educacionais e a distribuição de renda da população brasileira, a partir dos dados da PNAD contínua do IBGE e de outras fontes.

A SIS 2018 mostrou que 223 mil pessoas (28,1% da população) viviam em domicílios com ao menos uma das quatro inadequações analisadas. O adensamento excessivo (domicílio com mais de três moradores por dormitório) foi a inadequação domiciliar que atingiu o maior número de pessoas: 147 mil, ou 18,5% da população do Amapá em 2017. Na análise do mercado de trabalho, a SIS 2018 mostrou que a taxa de desocupação era de 12,5% em 2014 e subiu para 17,1% em 2017.

Em 2017, o trabalho informal alcançou 173 mil pessoas, o que representava 58,5% da população ocupada, ou quase três em cada cinco trabalhadores do Amapá. Esse contingente aumentou em 28 mil desde 2014, quando representava 50,5% da população ocupada.

Em 2017, os trabalhadores brancos (R$ 2.411) ganhavam, em média, 19,1% mais que os pretos ou pardos (R$ 2.025) e os homens (R$ 2.109) recebiam 0,9% a mais que as mulheres (R$ 2.089). Proporção de pessoas na pobreza sobe de 42,5% para 45,9% de 2016 para 2017

Na ausência de uma linha oficial de pobreza no país, a Síntese de Indicadores Sociais analisou este tema utilizando diferentes medidas que, em sua maioria, mostram o crescimento da pobreza, entre 2016 e 2017.
Considerando-se a linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial (rendimentos de até US$ 5,5 por dia, ou R$ 406 por mês), a proporção de pessoas pobres no Amapá subiu de 42,5% da população, em 2016, para 45,9%, em 2017. Em números absolutos, esse contingente era de 330 mil, em 2016, e subiu para 363 mil pessoas, em 2017.

No Nordeste, 44,8% da população estava em situação de pobreza, o equivalente a 25,5 milhões de pessoas. Por outro lado, a Região Sul possuía cerca de 3,8 milhões de pessoas em situação de pobreza, o equivalente a 12,8% dos quase 30 milhões de habitantes. No Sudeste, o percentual de pessoas abaixo dessa linha subiu para 17,4% da população, abarcando 15,2 milhões de pessoas.

Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) também se destacam, pois foram as duas únicas capitais onde a proporção de pessoas abaixo da linha dos US$ 5,5 por dia superava a dos respectivos estados: em Porto Velho era 27,0%, contra 26,1% em Rondônia; em Cuiabá, 19,2%, contra 17,1% em Mato Grosso. Amapá tinha 76 mil pessoas na extrema pobreza em 2017

O contingente de pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia (R$ 140 por mês), que estariam na extrema pobreza de acordo com a linha estabelecida pelo Banco Mundial, representava 9,3% da população do Amapá, em 2016, participação que aumentou para 9,6% em 2017. A proporção de pessoas abaixo dessa linha aumentou em todas as regiões, com exceção do Norte, que ficou estável. Em números absolutos, esse contingente aumentou de 72 mil em 2016 para 76 mil amapaenses, em 2017.

A intensidade da pobreza aumentou entre 2016 e 2017

O hiato da pobreza é um cálculo aproximado do montante necessário para erradicar a pobreza. Em 2017, foi estimado em R$ 64 milhões mensais, perfeitamente alocados, para que as pessoas com rendimentos inferiores a US$ 5,5 por dia atingissem essa linha, no Amapá.

O hiato da pobreza também pode ser calculado para outras linhas. Para a linha de extrema pobreza (R$ 140 por mês ou US$ 1,90 por dia), o montante necessário para que todos alcancem essa linha era de R$ 5 milhões por mês.

Dado que a pobreza é um fenômeno dinâmico o hiato apenas traz um elemento de estimação do valor de sua erradicação no ano em que foi calculado.

Em 2017, o Amapá ocupava o quinto lugar em desigualdade, segundo o Índice de Palma

Em 2017, os 10% das pessoas com os maiores rendimentos (de todas as fontes) do Amapá acumulavam 45,1% da massa total desses rendimentos, enquanto os 40% com os menores rendimentos detinham apenas 11,3%. Esse estrato do topo concentrava 3,98 vezes mais rendimentos do que a base, razão conhecida como o Índice de Palma. Nessa mesma comparação, o Distrito Federal foi a unidade da federação mais desigual, onde os 40% das pessoas com os menores rendimentos acumularam 8,4% da massa e os 10% das pessoas com os maiores rendimentos detinham 46,5%. Em 2017, a razão entre esses dois valores chegou a 5,57 no DF, e superou as outras 26 unidades da federação.

Metade da população do Amapá vive com até meio salário mínimo

Em 2017, o rendimento médio mensal per capita domiciliar no Amapá foi de R$ 1.132. As menores médias foram no Nordeste (R$ 984) e Norte (R$ 1.011), regiões onde quase metade da população (respectivamente, 49,9% e 48,1%) tinha rendimento médio de até meio salário mínimo. Ainda no Amapá, apenas 11,9% das pessoas possuíam rendimento mensal (de todas as fontes) superior a dois salários.

 

Pretos ou pardos continuam a predominar entre os mais pobres

O Amapá possui a 3ª maior proporção de pretos ou pardos na população (80,3%), mas é a que possui maior proporção de pretos ou pardos tanto no grupo dos 10% com maiores rendimentos, tanto quanto no grupo dos 10% com menores rendimentos. Por faixa de renda, os pretos ou pardos representavam, em 2017, 87,7% das pessoas com os 10% menores rendimentos, contra 88,1% em 2016. Na classe dos 10% com os maiores rendimentos a participação de pretos ou pardos aumentou: de 66,7% em 2016, foram para 73,4% em 2017. Apesar dessa evolução, a desigualdade permanece alta.

 

Moradia inadequada afeta 222 mil pessoas no Amapá

A SIS mostrou que 222 mil pessoas (28,1% da população) viviam em domicílios com ao menos uma das quatro inadequações analisadas, a quarta mais alta taxa de inadequação estadual. O adensamento excessivo (residência com mais de três moradores por dormitório) foi a inadequação domiciliar que atingiu o maior número de pessoas, foram 147 mil (18,1% da população) em 2017, a mais alta proporção entre as Unidades da Federação.

O ônus excessivo com aluguel (quando o aluguel supera 30% do rendimento domiciliar) afetou 23 mil pessoas (2,9%). Essa inadequação foi mais presente no Distrito Federal (9,1%) e São Paulo (7,1%), as duas unidades da federação com maior renda média.

Em 2017, 73 mil pessoas (9,2% da população) viviam em domicílios sem banheiro de uso exclusivo no Amapá. Era o quarto maior percentual de domicílios com essa inadequação. Atrás de Acre (18,3%), Maranhão (16,7%), Piauí (13%) e Pará (12,9%).

713 mil pessoas (90%) não têm acesso ao serviço de esgoto

Em 2017, 90% da população amapaense tinha restrição de acesso ao serviço de esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial. Essa era a segunda maior proporção. O Piauí registrou a maior proporção da população com essa restrição, 91,7%.

Já a ausência de coleta direta ou indireta de lixo atingiu 8,8% da população e 44,1% do total de pessoas não era abastecida por rede geral de água. Uma proporção de 91,2% residia em domicílios onde faltava ao menos um desses três serviços de saneamento básico. Taxa essa superada apenas pelo Piauí (91,8%).

 

Ceará e Piauí têm maiores taxas de acesso à pré-escola

No estado Amapá, entre 2016 e 2017, a proporção de crianças de 0 a 5 anos que estava frequentando escola ou creche caiu de 34,3% para 29,5%. No grupo de crianças de 4 e 5 anos, para quem a frequência a escola ou creche é obrigatória, esse percentual reduziu de 73,4% para 72,4%, insuficiente para atingir a meta de universalização proposta pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O PNE tinha como prazo, para o grupo de crianças de 4 e 5 anos, o ano de 2016.

Nenhuma das grandes regiões ou unidades da federação atingiu a meta da universalização. Nordeste (94,8%) e Sudeste (93,0%) alcançaram taxas acima da média nacional (91,7%) e o Norte (85,0%) teve o menor índice. Entre as UFs, as maiores proporções de crianças de 4 e 5 anos frequentando escola ou creche estavam no Ceará (97,8%) e Piauí (97,6%) e as menores, no Amapá (72,4%), Amazonas (77,8%) e Acre (79,5%).

A proporção de crianças com 4 anos de idade frequentando escola ou creche no Brasil era de 87,1%. Na comparação com países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil fica imediatamente abaixo da média de 88,0%, ocupando o 27º lugar entre 35 países, à frente de Chile, Finlândia e Estados Unidos, por exemplo.

No Amapá, entre as crianças de 0 a 3 anos, 6,2% frequentavam escola ou creche em 2017, o menor percentual de frequência escolar. Amazonas (10,3%) e Acre (18,0%) completam essa lista. Para este grupo etário, a meta de frequência à escola ou creche é atingir os 50% até o ano de 2024. Em 2017, a Região Norte teve o menor percentual de frequência escolar nesse grupo etário, com 16,9%. As maiores taxas estavam no Sudeste (39,2%) e no Sul (40,0%). Os maiores percentuais foram apresentados por Santa Catarina (46,1%) e São Paulo (46,0%).

Pessoas com ensino superior completo atingiu percentual de 17,9%

Em 2017, entre a população amapaense com 25 anos ou mais de idade, 17,9% haviam concluído o ensino superior. A segunda maior proporção da Região Norte. Roraima tinha o maior percentual na região. O Distrito Federal, com 33,2%, apresentou o maior percentual de pessoas nessa faixa etária com nível superior e o Maranhão ficou com a menor taxa 7,4%.

Mulheres amapaenses ganhavam R$ 19 a menos que os homens

De 2012 e a 2017, o rendimento médio habitual mensal da população ocupada cresceu 14,9%, em termos reais, passando de R$ 1.829 para R$ 2.101. As mulheres recebiam em média R$ 2.089 e os homens, R$ 2.109.

 

Brancos ganhavam 19% mais que pretos ou pardos, no Amapá

Em 2017, a população ocupada de cor branca (R$ 2.411) ganhava, em média, 19,1% mais que a preta ou parda (R$ 2.025).

71 mil jovens amapaenses não estudam e não trabalham

O número de jovens de 15 a 29 anos que não estudam e não trabalham aumentou de 60 mil, em 2016, para 71 mil em 2017. Em percentuais, passou de 26,3% para 30,2%. Foi a segunda mais alta proporção na Região Norte, atrás do Acre (32,1%) e a quarta maior do país. Alagoas (35,9%), Maranhão (33,9%) e Pernambuco (32%) ocupam os três piores lugares.


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