Política

Especialista diz que efeitos da crise são ‘terríveis’ para o Amapá

“TSUNAMI ECONÔMICO”


A declaração dada nesta segunda-feira, 24, em rede nacional pela presidente Dilma Roussef, de que ‘o governo demorou a ver a crise’ foi também muito criticada por Jurandil Juarez: “Essa afirmação afasta de vez o pouco de credibilidade que ela ainda tinha. Esse governo é um fracasso em todos os sentidos; o sentimento de decepção, frustração é muito grande, porque todo mundo esperava muito daquela tal ‘xerifona’, ‘gerentona’, mas tudo aconteceu ao contrário, foi e está sendo um desastre; as informações são desencontradas, cada vez aparece uma versão diferente; ao admitir que em novembro ela (a Presidente) achava que não tinha crise retrata a incompetência da gestão”.

Segundo o especialista, as perspectivas não são ‘nada boas’ para o Brasil diante do agravamento da crise mundial: “O país está sem combustível técnico e político para enfrentar a crise, o que faz emergir a certeza de que a retomada do crescimento é praticamente nula. Estamos num navio com vários comandantes, mas sem leme, entre às fortes ondas, sem um destino certo. A situação é de penúria, falta governança, faltam políticas públicas eficientes, mas no modelo atual, com a equipe atual, a situação é de desconforto e de pessimismo”.

Jurandil Juarez destacou a falta de um projeto econômico para o país: “Até na época da ditadura, quando a crise ameaçava a economia, sempre surgia um projeto salvador, um nome de envergadura técnica para salvar a economia, mas, infelizmente, hoje isso não acontece. Com esse atual governo, as perspectivas são muito negativas. O Michel Temer (vice-presidente da República) já indicou o caminho certo, ao renunciar ao cargo de articulador político do governo; o recado está dado para a presidente Dilma, mas, lamentavelmente, não há indícios de que ela vai querer perder o emprego”.

Para o Amapá, de acordo com Jurandil Juarez, o futuro é ainda mais nebuloso: “Nosso estado é quase totalmente dependente de recursos federais, cujos repasses são cada vez menores, e vão diminuir ainda mais, isso é inevitável. Só investimentos privados poderiam reforçar a economia local, mas diante de um quadro de pessimismo globalizado, há muita relutância por parte dos investidores de arriscar muito dinheiro numa economia que só enfraquece a cada dia. Os sacrifícios têm que ser extremos por parte de todos – governo, iniciativa privada e população, mas esses esforços, infelizmente, dependem da recuperação da economia mundial, que, combalida, apresenta um quadro clínico de extrema recaída”. (Ramon Palhares)


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