Cidades

Levantamento aponto que o Amapá é recordista em suicídios

Há mais de uma década


Há mais de uma década que o Amapá figura como um dos estados com maior número de suicídios, levando-se em consideração a média de ocorrência para cada grupo de cem mil habitantes. Em recente estudo feito pelo Banco de Dados do Sistema Único de Saúde e Sistema de Informação Estatística da Organização Mundial da Saúde o Estado do Amapá possui uma média de 10 a 12 suicídios por 100 mil pessoas, por ano. No Brasil acontecem 26 suicídio por dia, pontuando um aumento de 30% nos últimos 25 anos.

Somente este ano já foram 28 sucidios, dos quais 16 somente na capital. No mesmo periodo do ano passado, o número de suicidas chegou a 32. Na semana passada, qiuatro pessoas tiraram a própria vida, sendo dois casos envolvendo adolescentes.

Desde 2005, a OMS determinou recomendações para o combate no aumento do número de casos. Com isso, em alguns Estados e Municípios foram elaboradas políticas de prevenção ao suicídio, entretanto os resultados não são positivos.

Em novo relatório, a OMS, que chama a atenção de governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública”, mas que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.

Preocupado com o tema, o deputado Pedro da Lua(foto) apresentou projeto de lei 182/15 instituindo a Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio. A ideia é trocar informações sobre o suicídio. “Em muitos casos, de acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda. Os serviços de saúde têm que incorporar a prevenção como componente central. Os transtornos mentais e consumo nocivo de álcool contribuem para mais casos de suicídio. A identificação precoce e eficaz são fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que necessitam”, explica o parlamentar.

Na faixa etária de até 19 anos, a maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (63,1% entre homens e 42,9% entre mulheres), disparo de arma de fogo (21,4% entre homens e 9,2% entre mulheres) e pesticidas (17,6% entre mulheres e 3,3% entre homens).

No Amapá, o CVV (Centro de Valorização da Vida), Organização Não Governamental, já realiza trabalho importante há mais de 14 anos. Esse trabalho pode nortear a organização da Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio.

Em 2004, o sociólogo Renivaldo Costa criou um grupo de trabalho para discutir o sucídio enquanto fenômeno social e organizou a I Semana Sobre Suicídio no Amapá. Do evento, surgiu a Carta da Vida, que propõe políticas voltadas à melhoria da qualidade de vida, prestação adequada de serviços de saúde e geração de emprego e renda para familias carentes. É que o GT chegou à conclusão que 90% dos suicidios decorrem de problemas financeiros ou passionais, como desemprego, separação ou traição conjugal.


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