Cidades

Petista diz que Eduardo Cunha age na Câmara como em uma ‘ditadura’

Nesta quarta, vários partidos, entre os quais o PT, começaram a orientar as bancadas a votar contra a aprovação do pedido de urgência.


A votação de requerimento de urgência para um projeto que limita os pronunciamentos de vice-líderes de partidos no plenário da Câmara gerou discussão acalorada e ataques ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Durante o debate, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) subiu à tribuna do plenário, chamou o peemedebista ironicamente de “majestade” e o acusou de atuar como numa “ditadura”.

Cunha não rebateu as críticas e se limitou a explicar tecnicamente as decisões tomadas na condução dos trabalhos. A discussão teve início com a análise de um pedido de urgência que visava acelerar a tramitação de proposta de mudança no regimento para restringir as comunicações em plenário ao líder de um partido ou ao primeiro-vice-líder. Alessandro Molon criticou Cunha após o presidente da Casa retirar a urgência de pauta.

Segundo Molon, Cunha sempre tira projeto de pauta quando percebe que uma proposta de seu interesse será derrubada. “É uma tentativa de calar o vice-líder. Vossa excelência ou vossa majestade […] tem que entender que está nessa mesa para presidir a Casa respeitando o regimento”, disse.

“Isso não é a presidência de uma casa democrática. É uma ditadura. Como magistrado, deveria ter um mínimo de imparcialidade. Toda vez que vossa excelência vai perder, ou retira de pauta ou refaz a votação. Respeite a democracia, abaixo a ditadura!”, completou o petista.

Atualmente, qualquer vice-líder do governo ou de partido poder pedir a palavra em plenário, se o líder delegar. O PT, por exemplo, maior bancada da Casa, tem 16 vice-líderes, e o governo tem 10. A proposta em discussão restringe a participação em plenário ao líder ou ao primeiro-vice-líder.

Nesta quarta, vários partidos, entre os quais o PT, começaram a orientar as bancadas a votar contra a aprovação do pedido de urgência.

Diante da polêmica e da dificuldade em aprovar o requerimento de urgência, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), pediu a Eduardo Cunha que retirasse a matéria de votação para que fosse negociado um acordo. O presidente da Câmara atendeu ao pedido, o que gerou protestos em plenário.


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