O juiz José Luciano de Assis, titular da Vara da Infância e Juventude – Áreas de Políticas Públicas e Execução de Medidas Socioeducativas da Comarca de Macapá -, acompanhado de uma equipe do Corpo de Bombeiros e de servidores do Judiciário, realizou visita de trabalho à Vila do Sucuriju, no extremo leste do Estado do Amapá. O objetivo foi levantar as necessidades do povoado em relação aos serviços da justiça.
Luciano Assis revelou que constatou um quadro crítico e estado de resignação para as 120 famílias que residem em uma localidade onde não há segurança pública instalada, os serviços de saúde e de educação são precários e há falta de água potável. A economia da vila gira em torno da pesca artesanal e da captura do caranguejo-uça.
O juiz também registrou um crescente ingresso de drogas na região, principalmente do crack. “Inicialmente as drogas eram consumidas pelos pescadores, mas hoje atinge as famílias, crianças e adolescentes”, disse.
Para Luciano Assis, é preciso haver uma abordagem imediata das autoridades naquele local para identificar como essa droga chega à região. É preciso reprimir esse crime e aplicar uma política de saúde em relação aos adolescentes usuários de drogas, pois logo ocorrerão problemas mais graves na comunidade.
Apesar de ser um local de difícil acesso, o juiz ressalta que o Estado precisa desenvolver políticas para atender as pessoas que ali vivem. Na vila não há registro de demandas judiciais e ações. Eles não têm a quem reclamar e vivem em resignação total.
Ele disse que o Judiciário amapaense pretende se fazer presente no local, para aplicar e apresentar uma política de restauração de relações, demonstrando qual o papel da justiça e se for preciso a realização de círculos e palestras para a população saber seus direitos e deveres.
“O Poder Judiciário não pode se omitir. Vamos viabilizar práticas e programas que possam ajudar aquele povoado. Não vamos virar as costas para Vila do Sucuriju. Junto com outras instituições, especialmente o Ministério Público, podemos unir forças para levar cidadania e ações integradas àqueles habitantes”, concluiu.
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