Relatório do MPF aponta pagamentos da Odebrecht a Jucá que somam R$ 5 milhões
Segundo relatório, presidente do MDB teria recebido quantia para atuar em favor do grupo. Defesa diz que delações tentam criminalizar a política; ex-senador sempre negou irregularidades.
Um relatório do Ministério Público Federal (MPF) aponta que a Odebrecht realizou dois pagamentos no valor total de R$ 5 milhões ao ex-senador Romero Jucá, presidente do MDB.
O documento foi anexado ao inquérito sobre Jucá que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) e agora está na Justiça Federal de Brasília. O relatório foi incluído no sistema nesta quarta-feira (15).
Os R$ 5 milhões, conforme o relatório, seriam uma contrapartida à atuação de Jucá em favor de medidas provisórias de interesse da Odebrecht.
Procurado, o advogado de Jucá, Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou há uma tentativa de se “criminalizar” a política.
“Não me preocupa esse tipo de delação. São delações feitas para se auto proteger, talvez a até forçadas, hoje cada vez mais se demonstra isso. Na verdade, é uma tentativa de criminalização da política que não vai vingar”, declarou.
“Todas as vezes que enfrentei no STF essas acusações de delação premiada, relativo a processo legislativo, de medidas provisórias, a gente tem conseguido não recebimento da denúncia, porque isso é claramente criminalização da atividade política”, acrescentou o advogado.
Quando as delações de executivos da Odebrecht se tornaram públicas, Jucá disse que sempre atuou dentro da legislação e não cometeu irregularidades.
“Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas”, declarou o ex-senador à época.
De acordo com o relatório, o dinheiro foi repassado no dia 6 de julho de 2010, em duas entregas. A primeira, no valor de R$ 4 milhões, em São Paulo, e a segunda, em Brasília, no valor de R$ 1 milhão.
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