Marabaixo do Domingo da Murta agita os quatro barracões da área urbana de Macapá
Todos os barracões recepcionaram grupos de marabaixo de comunidades do interior; houve missas, cortejos e ladainhas.
A programação iniciou ainda pela manhã, com missa nas igrejas Jesus de Nazaré e São Benedito, que contou com a presença de grupos de marabaixo. À tarde, houve um pequeno cortejo e ladainhas. As caixas começaram a rufar no final da tarde. E os festeiros receberam visitas.
Cada grupo recepcionou um grupo de marabaixo de uma comunidade do interior. No Berço do Marabaixo, a comunidade do Carvão (do município de Mazagão); no Pavão, o grupo do Curiaú (da área urbana de Macapá); no Dica Congó, da Campina Grande (da zona rural de Macapá); e no Raimundo Ladislau quem veio foi o grupo da Vila de Mazagão Velho (do município de Mazagão).
Visitantes marabaixeiros e o público foram servidos com os tradicionais caldo e gengibirra. A alegria tomou conta dos festeiros. No Raimundo Ladislau, Laura Ramos diz que com entusiasmo está mais um ano promovendo a maior identidade cultural do Estado.
“O Marabaixo é patrimônio do Amapá e do Brasil. É uma honra cumprir esse dever de perpetuar essa cultura e deixá-la para as próximas gerações, como fizeram nossos antepassados”, diz Laura, neta de Julião Ramos, um dos percussores da cultura do marabaixo.
No grupo Berço do Marabaixo, o mesmo entusiasmo é visto pela família da saudosa Gertrudes Saturnino, que dá nome ao barracão. Valdinete Costa, neta de Gertrudes, diz que fica orgulhosa ao ver a imensa participação de jovens nas rodas de marabaixo, seja tocando caixas ou dançando.
“Esses jovens precisam se apoderar dessa cultura, para que ela se perpetue. É uma cena que chega a ser emocionante, ver as rodas sendo protagonizadas por eles”, emociona-se Valdinete.
O marabaixo prosseguiu até a manhã desta segunda-feira, 10, com o levantamento dos mastros nos barracões. A programação do Ciclo 2019 continua ainda nesta segunda, a partir das 18h, com o início das novenas da Santíssima Trindade no barracão do Pavão; às 20h tem o baile dos sócios no barracão Dica Congó e às 21h no grupo Raimundo Ladislau.
Fomento
Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em novembro de 2018, o marabaiaxo recebe apoio do Estado. Para a realização do Ciclo 2019, o Governo do Amapá investiu R$ 130 mil, divididos igualmente entre os grupos realizadores.
Marcados pelo culto ao Divino Espírito Santo e à Santíssima Trindade, os festejos seguem até o chamado Domingo do Senhor, primeiro domingo após a celebração de Corpus Christi – este ano, dia 23 de junho. Na extensa programação, ainda constam missas, ladainhas, retirada dos mastros pelos grupos, bailes e jantares e demais rituais que se encerram com as derrubadas dos mastros.
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