Para o líder da oposição na Assembleia Legislativa (AL), também ouvido pelo Diário do Amapá, o pacote de medidas para combater a crise econômica, na tentativa de equilibrar as contas públicas, anunciadas pelo governador Waldez Góes é ‘necessário e oportuno’. Ele pondera, entretanto que a iniciativa do Governo do Estado poderia ser ‘mais contundente’. Os ajustes entram em vigor ainda este mês.
Lemos considerou as medidas como urgentes, e falou que, há tempos, a população já esperava por esses ajustes da máquina pública. Para ele, porém, o Estado não enxugou os gastos ao máximo, devendo arcar ainda com despesas supérfluas, mesmo que, pela previsão do governo, a economia anual com o pacote de ajustes seja de R$ 152 milhões.
A iniciativa do Governo busca balancear a receita e a despesa do Executivo através de cortes de cargos e contratos administrativos, redução de salários e despesas com custeio, melhor controle de projetos, redefinição de programas sociais e de infraestrutura, além da extinção de alguns órgãos.
Sobre a previsão de determinar a volta de servidores que estão à disposição de outros Poderes e prefeituras, por gerarem ônus à administração, Lemos recomenda cautela, argumentando que muitos servidores lotados em administração municipais, por exemplo, podem desfalcar os trabalhos nas prefeituras, que há tempos já enfrentam dificuldades.
Em relação ao enxugamento da folha, além dos cortes dos contratos administrativos que deverão acontecer, o governador anunciou também redução de 20% do próprio salário e do primeiro escalão do Executivo, Paulo Lemos entende que o ideal, neste momento crucial para a economia e para o desenvolvimento regional, seria que o Governo abrisse mão do reajuste salarial concedido pelos deputados no ano passado, ao primeiro escalão do Executivo.
“O anseio da população é que nesse ponto, o governador ‘fosse cortar na carne’, isto é, que ele e seus secretários voltassem a receber o mesmo valor do salário que era pago ao Executivo em 2014”, disparou o parlamentar.
O salário do chefe do Executivo no ano passado correspondia a R$ 24,1 mil. Com o aumento de 26, 43% concedido ao governador e ao primeiro escalão, aprovado pela Assembleia Legislativa, o salário passou a ser pouco mais de R$ 30,4 mil. Para os presidentes de autarquias e secretários adjuntos, o salário praticamente dobrou, passando de R$ 6,9 mil para R$ 12,9 mil, que corresponde a 86,68% de reajuste.
Pelo decreto, haverá ainda corte de 20% dos recursos previstos para a realização de eventos, mesmo assim, a Expofeira Agropecuária deverá acontecer: “Embora considere importante para o Estado, penso que neste ano, em função desse momento delicado de crise, o mais prudente seria não haver. Mas, devido a todo o processo que exigiu a sua realização, infelizmente, não podemos voltar atrás”, observou Lemos.
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