Amapá perde R$ 50 mi com queda de vendas nas ZLCs entre MCP e Santana
Titular da Seplan, Antônio Teles Júnior revela que estado desempregou 4.300 pessoas até agosto deste ano
“O governo do Amapá está se empenhando muito para que não haja prejuízos à implementação de políticas públicas no enfrentamento à crise econômica que cada vez mais penaliza o estado por conta, principalmente, da redução contínua e cada vez maior dos repasses federais, o que nos obriga a rever mecanismos com foco, até mesmo, na criatividade, porque quem paga a maior fatura é o mercado, sem dúvida o grande financiador da despesa pública, assim como a população, com a queda de postos de trabalho e aumento da carga tributária. Temos muitos outros fatores, como a paralisação do setor mineral; o agronegócio precisa de mais incentivos e, principalmente, a solução rápida da regularização fundiária, surgindo como maior gargalo para o desenvolvimento do setor”.
O desabafo foi feito na manhã desta quinta-feira, 29, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), pelo titular da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), Antônio Teles Júnior, ao abordar a realidade econômica brasileira e os reflexos da crise no Amapá. As consequências, segundo ele, são desastrosas em todos os setores, apontando como exemplo o saldo negativo acumulado de empregos no estado que, segundo o Caged, é de 4.300 até agosto deste ano.
“São 50 milhões de reais que são deixados de serem injetados no mercado local, em média, todos os meses. É claro, a crise afeta todo o país, mas no Amapá é ainda mais grave, por conta das nossas peculiaridades de dependência quase total do governo federal. Por isso estamos trabalhando com o objetivo de restabelecer a capacidade de investimentos do estado, com foco em políticas de promoção para atrair novos investidores. Mas, reconheço, não tem sido muito fácil, porque, infelizmente, o estado tem sentido dificuldades de honrar compromissos com fornecedores por causa da indisponibilidade financeira”, ressaltou Teles Júnior.
Para o secretário, as projeções para 2016 também não são animadoras: “Não dá para tapar o sol com a peneira, nem viver de sonhos. Se o Brasil está com dificuldade, imagine o Amapá, um estado pequeno que não dispõe de fontes próprias de recursos, e com sérios problemas crônicos para resolver, impondo a necessidade de se promover políticas públicas, sobretudo educação, saúde e segurança, com a pressão de uma queda radical do Fundo de Participação dos Estados que, se até 2013 tinha taxas de crescimento superiores a dois dígitos, de lá para cá passou a recuar para cerca de 7%, levando-nos a fazer uma projeção moderada, bastante conservadora, e assim mesmo com otimismo, de crescimento em torno de 5% para 2016”. (Ramon Palhares)
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