Política Nacional

Randolfe Rodrigues e Lucas Barreto estão entre os suplentes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado

Seis dos 14 senadores indicados para o novo colegiado respondem a algum processo ou inquérito na Justiça


Paulo Silva
Editoria de Política

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Lucas Barreto (PSD-AP) estão na lista de suplentes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que será instalado nos próximos dias. O detalhe é que  seis dos 14 senadores indicados para o novo colegiado respondem a algum processo ou inquérito na Justiça. Eles são investigados por crimes como caixa dois, corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e crime de respons abilidade. Além de Randolfe e Lucas, na lista de suplentes estão Fabiano Contarato (Rede-ES), Vanderlan Cardoso (PP-GO), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

O Conselho de Ética tem a responsabilidade de analisar representações e denúncias feitas contra os senadores. É um trabalho que pode resultar em medidas disciplinares como advertência, censura verbal ou escrita, perda temporária do exercício do mandato e até em perda do mandato.

As atividades devem começar nos próximos dias, pois, ao anunciar a instalação do colegiado, na semana passada, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sugeriu que já há representações prontas para serem apresentadas. Na ocasião, Alcolumbre alegou ainda que só conseguiu instalar o Conselho de Ética agora, em setembro, porque estava esperando os blocos partidários indicarem os membros do colegiado.

Os nomes dos 14 titulares do colegiado foram lidos e aprovados pelo plenário na semana passada, sem nenhuma contestação. Seis deles, porém, estão sob investigação. São os os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcelo Castro (MDB-PI), Confúcio Moura (MDB-RO), Weverton Rocha (PDT-MA), Jaques Wagner (PT-BA) e Telmário Mota (Pros-RR).

Só Ciro Nogueira, que é presidente do PP, é alvo de cinco investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é um dos investigados pela Operação Lava Jato. Em denúncia da Procuradoria-Geral da República acolhida há apenas três meses pelo STF, é acusado de desviar recursos da Petrobras e de receber repasses de Joesley Batista, da JBS, nas eleições de 2014.

Já Marcelo Castro é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. Ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura responde por crime contra a ordem tributária. E Weverton Rocha por crime de licitação. Jacques Wagner teve um processo arquivado no STF recentemente, mas ainda é investigado na Justiça eleitoral da Bahia por caixa dois nas campanhas de 2006 e 2010, quando foi eleito e reeleito governador. Já Telmário Mota responde por violência contra a mulher.

Completam a lista de titulares do Conselho de Ética os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), Major Olimpio (PSL-SP), Jayme Campos (DEM-MT), Otto Alencar (PSD-BA) e Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB). Este último já foi investigado por peculato e crime de responsabilidade, mas teve o processo suspenso recentemente.

O 15º e último membro do Conselho de Ética ainda deve ser indicado pelo bloco PSDB/PSL, mas a eleição do presidente e do vice-presidente do colegiado estava prevista para ocorrer nesta terça-feira (24). A sessão de instalação do colegiado, contudo, foi adiada porque alguns dos líderes partidários decidiram acompanhar Alcolumbre no Supremo Tri bunal Federal para se queixar da operação de busca e apreensão realizada no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).


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