Reitor da Ueap anuncia construção de novo campus em Macapá
Prédio será construído na rodovia JK, na zona sul
O reitor da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Perseu da Silva Aparício, confirmou nesta quinta-feira, 05, ao Diário do Amapá, a construção de um novo campus para concentrar as atividades acadêmicas, o que significará a ampliação dos cursos oferecidos e o aumento do número de laboratórios, que ainda operam em situação inadequada no campus da Rua Presidente Vargas.
Com relação as recentes pesquisas que apontaram um baixo rendimento da Ueap com relação a outras universidades públicas do país, Perseu Aparício ressaltou que a instituição ainda está em construção e que, por essa e outras razões, ainda não tem condições de suprir todas as exigências que uma universidade precisa para ser considerada excelente.
Aparício avaliou ainda os dados sobre a vida dos egressos da Ueap, números que dão uma ideia melhor sobre as reais qualidades do ensino na instituição: “Cursos como Engenharia Florestal têm um índice de 80% de seus egressos empregados ou cursando mestrado. O curso de Engenharia Química alcançou 100%: 75% cursando pós-graduação e outros 25% de egressos concursados”.
Palestra
O Reitor apresentou no Pavilhão de Negócios da 51ª Expofeira palestra com o tema ‘Subsídios técnico-científicos para o fortalecimento econômico do Estado do Amapá’. Ele fez uma análise sobre os dados econômicos do Estado e refletiu sobre o papel da universidade no atual cenário de crise econômica do país.
Segundo dados do Fecomercio-AP apresentados pelo palestrante, 85,9% da economia local gira em torno do setor terciário (comércios e serviços), sendo que 47,3% dos consumidores funcionários da administração pública. De acordo com a pesquisa realizada pelo reitor, essas condições e a má distribuição da economia entre os três setores produtivos, torna o Amapá um dos estados mais frágeis com relação a cenários de crise a longo prazo. “Um ponto negativo no PIB estadual pode trazer efeitos devastadores para o Amapá”, alertou.
Perseu Aparício enfatizou que todos os setores da economia amapaense – com exceção da administração pública – estão hoje em processo de retração e demitindo funcionários.
Como forma de estabilizar a economia local, o reitor acredita que é preciso um aumento significativo no investimento nos setores primário e secundário e, nesse sentido, a Ueap poderia ter um papel de grande relevância. “A Ueap tem focos de pesquisa em setores que estão enfraquecidos hoje no Estado, como a agropecuária, a extração mineral e a indústria de transformação”.
O pesquisador sinalizou como exemplo claro de falta de desenvolvimento o setor madeireiro. Sendo o Amapá o Estado mais bem preservado do país, há em abundância madeiras de altíssimo valor comercial como a andiroba, o angelim e a macacaúba. Engenheiro florestal de formação, Aparício afirmou que há provas científicas de que, se exploradas como área de manejo florestal, a exploração madeireira não afeta a biodiversidade. “Temos a chance de fazer do jeito certo, sem cometer os erros que outros estados já cometeram. Hoje em dia nós temos a tecnologia e as pesquisas que dão suporte à exploração consciente da madeira”.
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