Para Randolfe, Brasil não tem credibilidade para sair da crise
Senador afirma que falta uma liderança com legitimidade para a consolidação da democracia no país
Entrevistado na manhã desta segunda-feira, 09, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), afirmou que a crise que se enraizou na economia e na política brasileira se deve à falta de uma liderança forte, com legitimidade e credibilidade e uma política econômica sem os equívocos cometidos pelo governo federal na tentativa de enfrentamento das dificuldades.
“Em 1985 nós tivemos nomes fortes, com credibilidade e legitimidade capaz de unir toda a Nação para uma transição da ditadura para a democracia. Hoje, entretanto, lamentavelmente, o Brasil está carente dessas lideranças. Se o impeachment (da Presidente Dilma Rousseff) acontecer, por exemplo, o vice não tem essa condição. Hoje, sem qualquer dúvida, falta um nome de legitimidade, credibilidade e liderança para comandar essa travessia”.
Sobre a visibilidade nacional que conquistou a partir de sua eleição para o Senado, e sobre a entrevista que concedeu à Revista Veja desta semana, tendo sido o primeiro amapaense a ter destaque nas ‘páginas amarelas’, espaço nobre da publicação, Randolfe revelou os bastidores da entrevista.
“Fui convidado para um café da manhã pelo Robson Bonin, editor da revista em Brasília e conversamos sobre muitos assuntos, especialmente a minha frustração pelo esfacelamento de quase todas as comissões parlamentares de inquérito instaladas no Congresso Nacional. Na realidade, ali eu já estava sendo entrevistado, mas ele me falou que a publicação não era uma coisa certa, por causa da grande demanda em espaço não nobre. Dois dias depois, porém, ele telefonou pra mim, dizendo que a entrevista seria publicada e pedindo para eu disponibilizar de tempo para um ensaio fotográfico. Assim foi feito e a entrevista, publicada”, comentou.
Para o Senador, CPI, no Congresso Nacional virou ‘moeda de troca’: “O instituto da CPI foi desmoralizado últimos 10 anos, e passou a servir como ferramenta para bons negócios. Infelizmente deixaram de dar importância à CPI como a possibilidade que o Congresso Nacional tem para fazer investigação e julgamento, onde os congressistas passam a assumir o papel de autoridade judicial. Só que todas as CPIs que participei foi uma vergonha só, em que foram propostas por uns e negociadas por outros, como a do Cachoeira, da COAF e agora da CBF, que possui uma tropa de choque formada para impedir que avance. A única que teve resultado prático, que presido, foi a do Ecad, e assim mesmo porque tinha uma natureza própria, isto é, não enfrentou grandes conglomerados econômicos. Quando se trata de estrutura de poder, de um grande esquema de corrupção, o resultado acaba sendo diferente”. (Ramon Palhares)
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