Cunha diz ser alvo de ‘golpe’ e acusa Conselho de fazer ‘aberrações’
Cunha disse que sua defesa poderá apresentar “recursos” na própria Câmara ou no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os atos do Conselho de Ética.
Após ser acusado de ter feito uma manobra nesta quinta-feira (19) para adiar a análise de seu processo no Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que o órgão – responsável por investigar se ele quebrou o decoro parlamentar – fez “aberrações” na condução do caso. Segundo ele, alguns deputados ainda não se conformaram em perder a eleição para a presidência da Câmara e tentam dar um “golpe”.
Cunha disse que sua defesa poderá apresentar “recursos” na própria Câmara ou no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os atos do Conselho de Ética.
Na manhã desta quinta, o Conselho de Ética deu início a uma sessão para analisar o relatório que pede a continuidade do processo que investiga se Cunha quebrou o decoro parlamentar. Em meio à sessão, aliados do peemedebista tentaram postergar ao máximo a deliberação, apresentando, durante a reunião, questionamentos ao presidente do conselho, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA).
No entanto, às 10h44, Eduardo Cunha abriu sessão no plenário principal da Câmara, o que impediu a continuidade da reunião do Conselho de Ética. Pelo regimento interno, o início da chamada “ordem do dia” no plenário impede votações nas comissões.
“Da minha parte, como participante do processo, para mim está configurada uma série de irregularidades que podem me configurar uma série de recursos: recurso à CCJ, recurso ao Supremo por uma série de violações regimentais e cerceamento de defesa. Tudo o que aconteceu hoje ou iria acontecer seria facilmente derrubável pelas aberrações que foram feitas desde o início da manhã”, disse Cunha a repórteres ao comentar a polêmica envolvendo a análise do relatório preliminar no Conselho de Etica.
“Querem, politicamente, os meus adversários aos gritos, e entre eles têm vários do PT, querem tentar aquilo que não obtiveram na eleição, obter depois da eleição. Têm uns do PT que reclamam que tentam o golpe contra eles, mas tentam dar o mesmo golpe”, acrescentou.
Mais cedo, deputados acusaram Eduardo Cunha de manobrar para impedir a deliberação do Conselho de Ética, já que a sessão do plenário principal teve início antes do usual – costuma ser aberta depois das 11h nas quintas – e sem a presença do quórum mínimo de 257 deputados necessário para a votação de propostas.
Posteriormente, aliados do presidente da Câmara apresentaram uma questão de ordem no plenário pedindo a anulação da reunião do Conselho de Ética. A intenção era adiar ainda mais o processo que investiga o peemedebista, já que uma nova sessão do colegiado teria que repetir a leitura da ata do encontro anterior. Além disso, questionamentos já respondidos pelo presidente do Conselho poderiam ser refeitos.
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