Cidades

Pesquisadores do Iepa têm estudo publicado em revista científica

Os pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) Marcelo de Jesus Veiga Carim e José Renan da Silva Guimarães tiveram um estudo publicado na última esta sexta-feira, 20, na revista “Science Advances”, uma das quatro publicações de livre acesso lançado em 2015, pela AAAS, editora da Science.


O artigo “Estimating the global conservation status of more than 15,000 Amazonian tree species” aponta que mais da metade de todas as espécies arbóreas da Amazônia, a mais diversa floresta do mundo, podem estar globalmente ameaçadas. O estudo também sugere que parques, reservas e terras indígenas, se bem gerenciados, podem proteger a maioria das espécies ameaçadas.
 
Os achados foram anunciados por uma equipe de pesquisa composta por 158 pesquisadores de 21 países, liderada por Hans ter Steege, pesquisador do Naturalis Biodiversity Center, na Holanda, e Nigel Pitman, do Field Museum em Chicago, EUA.
 
As florestas na Amazônia estão sendo afetadas pelo uso da terra desde os anos 50, mas os cientistas ainda possuem pouco conhecimento de como isto tem prejudicado as populações de espécies arbóreas. O novo estudo, publicado na revista Science Advances, comparou dados de monitoramentos florestais ao longo da Amazônia com mapas de desmatamento atuais e futuros para estimar quantas espécies arbóreas já foram perdidas e onde o problema é mais grave.
 
Os autores concluíram que a Amazônia pode abrigar mais de 15.000 espécies arbóreas, dentre as quais 36 a 57 por cento estão globalmente ameaçadas, segundo os critérios de avaliação da lista vermelha de espécies ameaçadas da International Union for Conservation of Nature (IUCN).
 
A equipe de pesquisadores havia relatado na Science em 2013 que a Amazônia pode abrigar mais de 15 mil espécies de árvores. O novo estudo estima que mais de 8.690 destas espécies podem ser extintas. Considerando que as mesmas tendências observadas na Amazônia são aplicáveis em todos os trópicos, os pesquisadores argumentam que a maioria das mais de 40.000 espécies de árvores tropicais no mundo igualmente corre os mesmos riscos.
 
Segundo os autores, as áreas protegidas e terras indígenas cobrem, no momento, mais da metade da Bacia Amazônica e igualmente contêm consideráveis populações da maioria das espécies ameaçadas.
 
“O entendimento das causas e efeitos que levam ao desflorestamento é pressuposto fundamental para conservação das florestas, e isso só pode ser feito a partir de um esforço global alicerçado pelo conhecimento científico e materializado em políticas consistentes de uso da biodiversidade”, relatou Carim, pesquisador do Iepa.

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