MP instaura processo contra chefe da segurança do governador
O promotor de Justiça David Zerbini de Faria Soares, do Ministério Público do Amapá, está requerendo a instauração de processo-crime contra o major da Polícia Militar do Amapá Huelton Corrêa Medeiros, atual chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governador Waldez Góes (PDT).
O requerimento do promotor veio após a homologação do IPM (Inquérito Penal Militar) no qual se vislumbra índicios de crime militar cometido pelo major, o que também foi constatado pelo Ministério Público.
Huelton Medeiros está sendo acusado de ter feito a entrega de uma pistola calibre 40, marca Taurus, com vinte munições e dois carregadores, para Edvaldo de Oliveira Souza, que mora na área da chamada Caesinha e já possui antecedentes criminais. A arma é da Polícia Militar do Amapá e estava acautelada para o major desde outubro de 2013. Pelo termo da cautela, a pistola encontrava-se sob a guarda e responsabilidade de Medeiros.
De acordo com o que foi apurado, de posse da arma em razão do cargo que ocupava, no final de 2013, na localidade conhecida como “Caesinha”, no bairro do Pérpetuo Socorro, o major Huelton Medeiros desviou a pistola da corporação em proveito de Edvaldo de Oliveira Souza, incorrendo na conduta delitiva consubstanciada no artigo 303, caput, do Código Penal Militar.
Foi apurado que Edvaldo Oliveira possui todo um passado de envolvimento com atividade criminosa, tendo sido processado (e condenado) até o presente momento por vários crimes, tais como furto qualificado, roubo e tráfico de drogas.
Além disso, relata a acusação, a “Caesinha” onde ocorreu o desvio da arma da PM, é área conhecida pela mercancia de drogas. O IPM relata que o major acusado estaria no dia dos fatos, agitado, com os sentidos alterados (declaração de Argemiro Brito Gonçalves), de maneira que os indícios são fortes de que os motivos do desvio do armamento tiveram ligação com o tráfico/uso de drogas.
Para o promotor, comprova-se a materialidade do crime pelos depoimentos colhidos nos procedimentos investigatórios realizados tanto na promotoria especializada quanto aqueles acostados no inquérito penal militar.
O major Huelton Medeiros já é alvo de um processo que tramita na Justiça Federal, onde ele é acusado de atropelar uma motociclista e ter e evadido do local. O fato ocorreu no dia 19 de agosto e Medeiros foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), sendo liberado após pagar fiança de R$ 4 mil.
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