O agricultor Raimundo Bernaldo de Almeida Filho, 49 anos, foi transferido da delegacia de Polícia Civil para o presídio estadual da fronteira, de acordo com o que declarou na tarde desta sexta-feira, 27, o delegado Charles Corrêa, presidente do inquérito que apura o estupro coletivo de cinco crianças na cidade fronteiriça.
Bernaldo foi preso preventivamente no município de Oiapoque, distante 590 quilômetros de Macapá, acusado de estuprar as cinco filhas com idades de 5, 6, 10, 12 e 14 anos. De acordo com o delegado, as meninas são indígenas e nasceram em terras karipunas.
“Ele é pai biológico, mas não é indígena. Há três anos a mãe das crianças, que é indígena, separou do esposo. O homem acabou ficando com oito filhos do casal, sendo que desses cinco são meninas. A suspeita é de que os abusos sexuais vinham ocorrendo nesse mesmo período em que o casal se separou. É algo revoltante, principalmente sabendo que tal ato foi cometido por aquele que deveria defender sua prole”, declarou o delegado que disse nunca ter se deparado com caso semelhante em todos os seus anos de polícia.
O acusado, morava com as crianças em um sítio no km 16 da BR 156, no sentido Oiapoque/Macapá. “Depois de colhermos as provas suficientes representamos pelo pedido de prisão preventiva do elemento. Com o mandado de prisão em mãos seguimos para o sítio. Além dessa violência física, as crianças ainda eram submetidas a trabalho escravo. O local é degradante e as condições de vida as piores possíveis”, revelou Charles Corrêa, acrescentando que a operação para prender o acusado contou com apoio de uma psicóloga.
O pai confessou os abusos, mas declarou ter violentado apenas duas crianças. “Foi o que ele declarou. Porém, tivemos o cuidado de submeter as meninas aos exames técnicos que comprovaram o estupro de vulnerável. Existem alguns detalhes sórdidos que nem merecem ser descritos pela verdadeira barbárie que eles representam”, complementou.
Uma representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) esteve na delegacia de Oiapoque com a mãe da menina. O caso será apurado unicamente pela Polícia Civil, já que não atende aos interesses da coletividade indígena. Bernaldo foi encaminhado ao presídio de Oiapoque, onde aguarda a conclusão do inquérito policial.
No sítio a polícia ainda apreendeu três espingardas calibre 12 sem documentação, além de munição. O homem poderá, também, responder pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e munição.
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