Esportes

Número 1 do Brasil fica no meio de conflito entre pai e Confederação

Pai e treinador de Ygor Coelho diz que entidade dificulta desejo de ver filho treinando e jogando em escolas de referência.


Existe um fogo cruzado em volta do brasileiro Ygor Coelho, atleta mais bem ranqueado do país na briga por uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. De um lado, o pai e técnico de quase toda a vida, Sebastião Oliveira. Do outro, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd). Para Sebastião, Ygor, de 19 anos, precisa ir cada vez com mais frequência para “escolas de referência” no exterior para evoluir. Ele acusa a CBBd de dificultar o processo. A entidade defende o projeto do ciclo olímpico, que prioriza torneios nas Américas aos atletas da seleção brasileira, e rebate as acusações.

Sebastião acredita que o filho pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo. Credita a forte confiança ao trabalho de base que fez com ele durante a infância na comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro, e ao pensamento de levá-lo sempre para fora do país para treinar e disputar torneios. Os destinos são Europa (sobretudo Dinamarca) e Ásia. As despesas são custeadas com verbas vindas do seu clube, o Miratus, do Rio de Janeiro, e de patrocinadores.

– A confederação dificulta porque ela tem um centro de treinamento, ela quer que os atletas estejam juntos para desenvolver juntos. Mas eu tenho uma visão um pouco diferente, pensando no futuro. Tendo a qualidade técnica dele, o Ygor não pode ficar limitado, fazendo aquele trabalhinho ali. Ele tem que ganhar asas para voar cada vez mais longe. Dentro da experiência a nível internacional que vejo, ele tem que ir para fora. Há uma escola com credibilidade lá. A escola da confederação é boa, mas o Ygor não tem mais referência no Brasil, ele é a referência – afirmou Sebastião.

Formada por 16 atletas atualmente (oito homens e oito mulheres), a seleção brasileira treina no CT do badminton, em Campinas (SP). Ygor entrou em 2015, deixando para trás a trajetória como juvenil. Desde 2013, o grupo está sob comando do técnico português Marco Vasconcelos, que disputou três Olimpíadas consecutivas (Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008). O diretor técnico da CBBd, José Roberto Santini, não concorda com o pensamento de Sebastião.


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