Preso no Amapá um dos mais perigosos bandidos do país
Renato ‘Japa’ é conhecido por coagir e ameaçar testemunhas em casos de denúncias políticas
Homens do Batalhão de Rádio Patrulhamento Motorizado (BRPM) prenderam na madrugada deste sábado, 12, em um hotel no Centro de Macapá, um dos criminosos mais procurados do país. De acordo com o comandante do BRPM, coronel Paulo Matias, a prisão de Renato Rena de Carvalho, 49 anos, o ‘Japa’, foi resultado de um trabalho conjunto entre os serviços reservados de inteligência das secretarias de Segurança Pública dos estados do Amapá e Rondônia, onde Japa é procurado por vários crimes.
Japa estava com documentos falsos e muitos cartões de crédito. O foragido ficou conhecido no país por se envolver em escândalos políticos em Rondônia. De acordo com as autoridades daquele estado, Renato Japa é o mesmo que teria sido utilizado pelo governador Ivo Cassol (PPS) para coagir, subornar e ameaçar os vigilantes que testemunharam na Polícia Federal e na Justiça no processo de compra de votos nas eleições de 2006, resultando na cassação do mandato do chefe do Poder Executivo Estadual e do senador Expedito Júnior (PR).
Segundo as investigações, ao ser preso a primeira vez por ameaçar as testemunhas, Japa tinha o nome e o número do telefone do governador Ivo Cassol gravado em seu celular.
Na prisão de Urso Branco, ele teve regalias, como ficar na enfermaria, mesmo não estando doente. Também foi levado, sem algemas e sem autorização judicial, até a Secretaria de Administração Penitenciária, onde se encontrou com o próprio secretário da pasta, Gilvan Ferro. No Urso Branco, Japa era tido como “homem do governador”, por isso todos os agentes penitenciários foram orientados a tratá-lo de maneira diferenciada.
Preso novamente, dessa vez em Machadinho e por tráfico de cocaína, Japa alegava inocência. Ele foi flagrado com 735 quilos de cocaína. Segundo relatou o condutor do flagrante, policiais federais receberam denúncia anônima de que grande quantidade de substância entorpecente seria transportada de Machadinho do Oeste para Ji-Paraná em um caminhão Mercedes Bens de cor azul, com placas de Santa Catarina. Após identificar o caminhão, observaram quando o veículo Fiat Idea, de propriedade de Japa, chegou a cidade, com mais dois ocupantes, bem como um veículo Peugeot, conduzido por Jean Jorge Ribeiro, e se dirigiram a área rural, mesmo local onde o caminhão havia se dirigido.
Consta, ainda, no auto de prisão em flagrante que o Fiat Idea por várias vezes foi à cidade e retornou a zona rural. E, após o caminhão retornar a residência, os policiais observaram que o carro passou em frente a casa por, pelo menos, três vezes, em reduzida velocidade, sempre observando. Diante das informações recebidas e dos indícios da prática do tráfico, os policiais resolveram abordar os supostos envolvidos, oportunidade em que encontraram, no caminhão, objeto das investigações, 735.700kg de substância entorpecente (cocaína). Japa foi preso na saída da cidade e encaminhado ao local onde a droga foi encontrada.
Ao ser ouvido, Japa negou qualquer envolvimento com a droga apreendida e disse desconhecer os demais supostos envolvidos, com exceção de Jean, que é seu ex-cunhado , e que Gusman e Francisco apenas estavam em seu veículo porque haviam pedido carona para Porto Velho.
No Amapá a polícia diz que Japa havia sido contratado por pessoas de alta influência para realizar ‘trabalhos’, mas ainda sem dizer que tipo de trabalho seria esse. Ele também teria vindo ao estado – onde estava há um mês – a pedido de uma mineradora. Renato Japa foi apresentado na sede da Polícia Federal, em Macapá. Ele deverá ser transferido para Rondônia.
(Com informações do jornal eletrônico tudorondonia.com)
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