Política Nacional

Salim Mattar diz que privatizações dependem de vontade política e que sai por não se adaptar à ‘lentidão’ do Estado

Anúncio da saída dele da Secretaria de Desestatização foi feito por Paulo Guedes


O empresário Salim Mattar afirmou nesta quarta-feira (12) em entrevista à GloboNews que é preciso ter vontade política para fazer privatizações. Disse também que decidiu deixar o cargo de secretário de Desestatização do Ministério da Economia porque é um “animal” do setor privado que não se adaptou à “lentidão” do Estado.

O anúncio da saída de Mattar foi feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A exoneração, contudo, ainda não foi oficializada no “Diário Oficial da União”. Além de Mattar, o secretário de Desburocratização, Paulo Uebel, decidiu deixar o cargo.

“As nossas empresas estatais valem R$ 1 trilhão. Gente, se vender Petrobras, Banco do Brasil, tudo dá R$ 1 trilhão. Com R$ 1 trilhão, nós resolvemos todas as finanças do país. Por que não fazemos isso? Não deveríamos fazer isso? É uma questão de mentalidade e vontade política”, declarou Mattar à GloboNews.

“Nós votamos em deputados, senadores, presidente. Mas essa é uma decisão política. Mas, olha, se alguém quisesse resolver os problemas das finanças públicas, bastava vender todas essas estatais e nós teríamos um país surfando a partir do próximo ano”, acrescentou.

Questionado, então, se acha que “falta vontade política” no Congresso e no governo para fazer privatizações, o empresário respondeu:

“Esse projeto [capitalização da Eletrobras] está desde novembro no Congresso e, agor,a acertamos a modelagem. Então, o Congresso está hoje avaliando nos próximos 30, 60 dias aprovar o projeto de lei de capitalização da Eletrobras. Então, repara que o Congresso está sendo consciente, sensato e permitindo que se privatize uma empresa.”

O presidente Jair Bolsonaro defendeu em uma rede social a privatização de empresas estatais e afirmou que a responsabilidade fiscal e o teto de gastos públicos são o “norte” do governo.

Durante a entrevista, Salim Matar disse que decidiu deixar o cargo no governo porque é um “animal” do setor privado que não se adaptou à “lentidão” e à “burocracia” do Estado.


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