Política Nacional

Lula diz que errou e se desculpa por ter negado extradição de Cesare Battisti à Itália em 2010

Ex-presidente diz que, na época, ministro Tarso Genro e ele acreditaram na inocência do italiano


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em debate pela internet nesta quinta-feira (20) que errou ao negar a extradição do italiano Cesare Battisti em 2010.

Condenado à prisão perpétua na Itália por envolvimento em assassinatos promovidos na década de 1970 por grupos de extrema-esquerda, Battisti conseguiu refúgio no Brasil por quase uma década. O italiano só confessou envolvimento nos crimes após fugir da extradição e ser preso na Bolívia, já em 2019.

Segundo Lula, a confissão de Battisti foi uma “frustração” e uma “decepção” para todo mundo da esquerda que havia defendido o italiano. Hoje, o ex-presidente diz que não teria “nenhum problema” em pedir desculpas pela decisão.

“Eu acho que, como eu, todo mundo que defendeu o Cesare Battisti ficou frustrado. Ficou decepcionado, sabe, e eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana, de pedir desculpas à família do Cesare Battisti, por ele ter praticado o crime que cometeu e ter enganado muita gente no Brasil”, declarou.

“Então, se nós cometemos esse erro, nós pediremos desculpas, não tenho dúvida nenhuma. Agora, ele conseguiu mentir para as pessoas de bem aqui no Brasil que acreditavam nele. Foi isso”, prosseguiu Lula.

O ex-presidente afirma que, em 2010, negou a extradição porque o então ministro da Justiça Tarso Genro acreditava na inocência de Battisti – em 2009, foi Tarso Genro que concedeu o status de refugiado ao italiano, com base nas alegações de perseguição política.

“Você percebe que não foi uma decisão fácil. O Tarso Genro me disse: ‘olha, não dá pra gente mandar ele embora porque ele pode ser detonado na Itália, e ele é inocente’. Toda a esquerda brasileira […] todo mundo defendia que o Battisti ficasse aqui”, disse.

A decisão, diz Lula, gerou oposição de amigos brasileiros, de representantes da esquerda italiana e do então presidente da Itália, Giorgio Napolitano.


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