Política Nacional

Cerveró diz que WTorre foi indicação de Lula

Declaração consta em termo da pré-delação do ex-diretor da estatal.


O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse à Procuradoria Geral da República (PGR), no acordo de delação, ter conhecimento de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria indicado a construtora WTorre, do empresário Walter Torre, para abrigar a Petrobras.

A declaração de Cerveró consta em um dos termos da pré-delação do ex-executivo, preso em Curitiba desde janeiro de 2015, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. Ele já foi condenado por lavagem de dinheiro e ainda responde a outros processos e tenta, com a delação, contar detalhes de crimes que presenciou ou participou ativamente, com o objetivo de reduzir as penas que já recebeu ou que ainda pode vir a receber.

Segundo Cerveró, em 2006, a direção da Petrobras decidiu que deveria construir ou alugar um novo prédio para abrigar o montante de novos funcionários que estava para receber. Inicialmente, cogitou-se a construção ou aluguel de um prédio que pudesse receber o contingente. Ainda conforme Cerveró, a Diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, também preso na Lava Jato, ficou responsável por encontrar uma solução.

De acordo com Cerveró, foi formada uma comissão de funcionários da Diretoria de Serviços, que apresentou três propostas de aluguéis de prédios próximos à sede da Petrobras. Conforme Cerveró, o então presidente da empresa Sérgio Gabrielli recusou as sugestões.

Tempos depois, a Petrobras acabou aceitando a proposta da WTorre, para alugar salas de um novo prédio, que estava em construção na Rua do Senado, no Centro do Rio de Janeiro, próximo à sede da Petrobras. O edifício em questão é o Centro Empresarial Senado, já entregue e com salas alugadas para a estatal. De acordo com a construtora, foram investidos R$ 600 milhões para a construção.

Cerveró contou também à PGR que teria sido o próprio Walter Torre quem fez a sugestão a Lula. Porém, inicialmente, a ideia do empresário seria a construção do maior edifício do mundo, com 150 andares e 400 metros de altura, maior que o Pão de Açúcar. Segundo o ex-diretor, a obra não teria seguido adiante “pelo absurdo e pelo impacto que causaria na cidade”.


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