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Jurandil não vê indícios de crescimento do Brasil em curto prazo
Economista diz que o problema maior do país é a falta de credibilidade para atrair investimentos capazes de promover o desenvolvimento econômico
Para o economista Jurandil Juarez, a declaração feita pelo Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, prevendo que no prazo de seis meses a economia vai revelar uma recuperação sensível, é contraditória. Ele afirmou na manhã desta quinta-feira, 21, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que a situação é muito grave, e o governo não está fazendo a sua parte para recuperar a economia.
“Eu não acredito de forma alguma na previsão do Nelson Barbosa, porque não está se fazendo nada nesse sentido. Ora, organismos internacionais como o FMI (Fundo Monetário Internacional) que monitoram a economia brasileira dizem que 2016 já foi pro beleléo, pois vamos recuar 3,5% em termos de crescimento econômico, com uma leve recuperação em 2017, mas com crescimento zero, com projeção de recuperação só em 2019. Não sei de onde o Nelson Barbosa está tirando a informação dando conta de que a recuperação acontece nos segundo semestre deste ano, se hoje já são 9,9 milhões de brasileiros desempregados e em março vamos passar a marca de 10 milhões”. Não há nada nenhum indicador por parte do Poder Público que teremos essa retomada do crescimento neste e tampouco no próximo ano”, contestou.
Falta de credibilidade
Segundo Jurandil Juarez, o maior problema do Brasil é a falta de credibilidade: “Todo mundo que manda neste país está sendo investigado por maus feitos; diante desse quadro, quem vai acreditar num pais comandado por pessoas que a qualquer momento podem ser presas? Falta credibilidade, falta confiança; é preciso antes de qualquer coisa recuperar a confiança de quem pode e quer investir, e assim retomar minimamente o processo de crescimento. A Índia deve crescer mais de 7,8% este ano, por exemplo; quando vemos o tamanho da Índia em termos territorial e populacional, constatamos que lá estão tomando as medidas certas; se compararmos os 7,8% da Índia e os 3,5% do Brasil, temos certeza de que nós é que estamos errados no mundo, com uma política econômica no mínimo equivocada”.
De acordo com o economista, os constantes pronunciamentos públicos da presidente Dilma Rousseff gera dúvida junto aos potenciais investidores: “São posicionamentos extremamente contraditórios; todos os pronunciamentos da presidente Dilma atribuem a terceiros os problemas que o Brasil enfrenta, como se a responsabilidade não fosse dela, como se ela (Dilma) não fosse a origem de tudo. É preciso contagiar que o equilíbrio fiscal e crescimento econômico vêm junto. O primeiro é do Poder, do governo.
Ontem (quarta-feira) foi divulgado um manifesto de grandes empresários brasileiros contra o aumento generalizado de impostos em todos os níveis, e agora com a CPMF, que vem coroar de forma negativa o que o governo chama de equilibro fiscal, como se dissesse claramente ‘Vou continuar gastando mais do que posso e vocês (a população) pagam a conta’. Sobre CPMF ela (a Presidente) disse que ninguém sente porque dilui na sociedade. Essa afirmação é risível, porque todo e qualquer imposto dilui, sim, mas no lombo da gente”, reclamou.
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