Assustados com ordem de afastamento, senadores querem usar caso Chico Rodrigues para blindar o Legislativo
“O clima geral é de anulação da decisão do ministro Barroso e levar o caso para análise no Conselho de Ética”, disse um senador
Assustados com a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de determinar por 90 dias do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com mais de R$ 30 mil em sua roupa íntima, senadores agora tentam usar o caso para blindar de forma mais ampla o Legislativo.
“O clima geral é de anulação da decisão do ministro Barroso e levar o caso para análise no Conselho de Ética”, disse um senador que está acompanhando de perto a reação na Casa.
Apesar do desgaste do episódio, o espírito de autoproteção entre os senadores tem pesado mais nessas últimas horas.
Há um temor generalizado com a volta do ambiente que tomou conta do Congresso Nacional no auge da Operação Lava Jato, onde parlamentares entraram no foco das investigações.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), terá que levar a decisão de afastamento de Chico Rodrigues ao plenário rapidamente. “É uma decisão cautelar. E uma medida judicial precisa de deliberação do plenário do Senado”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Alguns senadores citaram a manifestação pública do senador Plínio Valério (PSDB-AM), como uma espécie de sentimento majoritário da Casa.
“O Senado tem seu Conselho de Ética, órgão para julgar e se for o caso, afastar mandato de senadores. Não estou entrando no mérito e defendendo o senador Chico Rodrigues, mas ministro do Supremo não tem competência coisíssima nenhuma para afastar um senador da República. Um absurdo!”, escreveu Plínio Valério no Twitter para em seguida acrescentar:
“O senador tem que ser processado e julgado no Conselho de Ética do Senado, órgão constitucional para isso. Absurda a decisão do ministro Barroso, mais uma vez querendo aparecer. O Senado sim, tem competência constitucional para afastar ministros do STF em casos de abusos de suas funções”.
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