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Sem pagamento, criança fica sem UTI aérea para se tratar em São Paulo

Empresa rompeu contrato com o Governo e Emily Gabriela, de dois anos, corre risco de perder vaga no Hospital Santa Marcelina


Os pais de Emily Gabriela, de dois anos de idade, suspeita de estar acometida de leucemia (câncer no sangue) denunciaram na manhã desta sexta-feira, 22, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que teria de se apresentar no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo (SP) às 7h de hoje, ficou impedida de viajar por causa do cancelamento do voo da UTI. Segundo o pai da criança, Cléo Dias, o piloto da empresa informou que o voo foi cancelado porque a empresa suspendeu o contrato com o Governo do Estado (GEA) por falta de pagamento.
 
“Minha filha está há seis dias está no Hospital da Criança (HCA), onde fez todos os exames e não foi conseguido detectar a doença; como há suspeita dessa doença (leucemia), foi marcado tudo, o voo, garantida vaga na UTI do hospital em São Paulo, a direção e a  assistência social da Pediatria (HCA) confirmaram que viagem seria a noite e me repassaram o numero do telefone do piloto da UTI aérea; às 9h da noite chegamos no aeroporto e telefonamos para o piloto, que nos informou sobre o cancelamento do voo por falta de pagamento do Governo (GEA). Agora, não sabemos o que fazer, porque minha filha corre o risco de perder a vaga; e uma vaga no Santa Marcelina é muito difícil de se conseguir”, lamentou Cléo.
 
Ainda de acordo com o pai da criança, a direção do HCA tomou conhecimento do cancelamento do voo às 16h, mas a família não foi comunicada: “Todos no hospital tomaram conhecimento do cancelamento às 4h da tarde, inclusive a diretora, Zoraima, mas ninguém teve a consideração de nos informar; de forma covarde deixaram a gente ir para o aeroporto à noite, porque a viagem seria a 1h da manhã. A diretora do hospital até desligou o telefone dela pra não nos atender; fizeram a gente ter despesas com viagem da minha cunhada, cujas despesas não são pagas pelo TFD (Tratamento Fora do Estado), e que está em São Paulo esperando minha esposa e minha filha. Precisamos de uma resposta urgente, porque é a vida da minha filha que está em jogo”, cobrou.
 
O presidente da ONG Carlos Daniel em prol das crianças portadoras de câncer, Agenilson Silva, cujo filho enfrentou os mesmos problema e acabou falecendo acometido por leucemia (a criança dá nome à ONG) fez um desabafo no programa: “A família me procurou e estamos nos empenhando muito nesse caso. Eu fico triste porque não é fácil conseguir a vaga, porque lá no Santa Marcelina é tudo programado; as pessoas não perceberam que lá tudo é programado, organizado; aqui, infelizmente, é o contrario; era para a criança estar sendo avaliada hoje de manhã, mas não foi encaminhada via UTI aérea por falta de pagamento; eu ouvi do representante da empresa, que a criança não viajou porque o governo está devendo. O médico de lá reclamou pra mim, quando eu ainda estava lá cuidando do meu filho (Carlos Daniel) que a maior frustração dele é reservar um leito e a criança não chegar. É lastimável”, reclamou.
 
Empresa vai ser responsabilizada
Ouvida ao vivo pela bancada do programa LuizMeloEntrevista, a titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Renilda Costa, confirmou que foi comunicada às 16h da quinta-feira, que empresa suspendeu o contrato: “De imediato, entrei em contato com a Procuradora do Estado que atua na Secretaria, a doutora Janaína, para que adote todas as medidas administrativas e judiciais contra a empresa, porque o único mês que está em aberto, da atual gestão, é o de dezembro que vai ser pago neste mês de janeiro; é o único débito, porque com relação aos débitos da gestão passada a empresa foi orientada a buscar a via judicial, mas agora ela preferiu radicalizar”.
 
Quanto à ida da criança para São Paulo, Renilda Costa garantiu que isso ocorrerá no máximo até a próxima segunda-feira, 25: “Todos os esforços estão sendo feitos pela equipe da Secretaria de Saúde para que a criança viagem imediatamente. Já acertamos com a direção do hospital Santa Marcelina, expomos as dificuldades, e eles nos garantiram a vaga até às 6 horas da tarde de segunda-feira, não havendo, portanto, qualquer possibilidade de perder a vaga; todas as providências já estão sendo tomadas para que tudo se resolva da melhor maneira possível”, concluiu.

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